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Trabalhadores do Vaticano zelam pelos seus interesses
2002-10-23 22:09:44

Chama-se Associação Dependente Leigos do Vaticano e representa os interesses laborais de muitos homens e mulheres, leigos, que diariamente trabalham nos diversos serviços da cidade do Vaticano.

Os responsáveis negam qualquer semelhança com um sindicato, mas na verdade, em causa está sempre a defesa dos interesses e necessidades laborais de quem trabalha no mais pequeno Estado do mundo, o Vaticano.
O Magistério da Igreja distinguiu-se sempre por uma especial atenção dirigida ao mundo do trabalho. Um discurso materializado em documentos Pontifícios dirigidos a empresas, sindicatos, governos... Porém a verdade é que a própria Igreja é também ela empregadora. No Vaticano não habitam apenas bispos ou cardeais, são cerca de 3 mil, os funcionários que diariamente asseguram os mais diversos serviços. A Rádio Vaticano, o Centro Televisivo, os museus, ou a segurança ocupam mais de 3 mil funcionários.

Em Novembro de 1982, com uma carta do Papa sobre o trabalho prestado em favor da Sé Apostólica, João Paulo II reconhece o papel da “Associação Dependente Leigos do Vaticano” (ADLV). Alexandro Candi Secretário Geral da ADLV afirma que “este é um organismo que congrega representantes das diversas áreas de trabalho no Vaticano num único grupo que é a Associação Dependente Leigos do Vaticano”. No seu entender este é o termo justo e correcto para a designar. “Um sindicato é algo que se destina à reivindicação e ao confronto... Nós não, procuramos antes o diálogo, a consertação com os diversos interesses, pelo menos tentamos fazê-lo e procuramos assim dar resposta a problemas que de vez enquanto se colocam”.

A ADLV, como dizem os seus estatutos, tem a finalidade de zelar pelos interesses profissionais, jurídicos, económicos e morais, individuais e colectivos dos cerca de 500 associados num total de 3000 funcionários do Vaticano. Alexandro Candi diz que a ADLV “é um elo da união entre os trabalhadores e as cúpulas do Vaticano através de uma estrutura que é o Departamento Laboral. Trata-se de um departamento que foi solicitado por esta Associação... o Papa encontrou a forma mais oportuna de o apresentar em 1989 com os devidos estatutos, criando um organismo, quanto a nós, o mais indicado para este ambiente. Trata-se de um género de ministério do Trabalho onde podemos fazer chegar as nossas exigências”.

A ADLV é um organismo que procura dar resposta aos problemas relacionados com as questões laborais, dos funcionários, e promover a melhoria das suas condições de vida e de trabalho. O Secretário Geral deste organismo reconhece que questões como a restruturação do pessoal, a revisão das carreiras e a elaboração de quadros de progressão, representou um grande avanço nas pretensões da Associação. Significou também um grande passo a adopção das 36 horas semanais, “foram conquistas importantes porque representam uma maior dignificação de quantos aqui trabalham. Ultimamente olhamos também as questões relacionadas com as pensões de reforma”.
Entre as funções desta Associação está também o trabalho desenvolvido em vista da obtenção de um acordo entre o Vaticano e o Estado Italiano sobre a equiparação das pensões e contribuições para a segurança social, legislação entretanto já aprovada pelo Senado Italiano.

É a dialéctica natural entre empregado e empregador. No Vaticano a defesa da dignidade laboral adquire um outro significado, não fora a Igreja, pela sua doutrina social, uma voz que, na primeira linha, promove a defesa dos mais fracos. Importa pois que não seja ela a primeira a falhar. Pelo que dizem os trabalhadores do Vaticano, tal não acontece.

Fonte Ecclesia

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