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D. Manuel Felício a caminho de Lisboa
2002-10-21 20:16:30

Agência ECCLESIA - Quais as expectativas do novo bispo auxiliar de Lisboa para esta diocese?
D. Manuel Felício - Certamente que as minhas expectativas e o meu programa irão ser aquelas que D. José Policarpo, e a sua equipa episcopal, já tem definida. Eu procurarei inserir-me no projecto pastoral da diocese. Prometo que ao trabalho que me for destinado dentro da equipa episcopal, eu procurarei dar o melhor que posso, apesar das minhas limitações.


AE - Esta nomeação foi uma prenda episcopal, no dia do 29º aniversário da sua ordenação presbiteral?
MF - Estas coisas não podem ser entendidas como prenda. Já lá vai o tempo em que ser bispo era uma alvíssaras por qualquer coisa importante que se fazia. Hoje isso não pode ser encarado assim. Ser bispo como ser padre é um ministério que se exerce com sentido de serviço. Neste momento, eu dou graças a Deus porque Ele me escolheu para o exercício desta função. Eu pensava que não tinha capacidade para a exercer....

AE - Pensava, mas no fundo tem capacidade para o exercer porque foi chamado.
MF - Eu pensava que não tinha capacidade. Mas quando Deus chama nós não temos que pensar três vezes. Ao receber esse chamamento nós, com o espírito de fé, temos que dizer sim.

AE - Pensou muito quando o chamaram?
MF - Concerteza que se pensa. Mas foi um pensar em espírito de fé. É um pensar nas nossas limitações mas simultaneamente na convicção que Deus supre aquilo que nos falta. E foi este espírito que me levou a dizer que sim. Aliás é um velho principio: "Deus dá a roupa conforme o frio". Se Deus me entrega uma responsabilidade que é exigente concerteza me irá dotar das capacidades de resposta que o ofício exige.

AE - O que pensa encontrar na diocese de Lisboa?
MF - Tenho pela frente uma Igreja organizada e pela qual eu tenho um profundo apreço. Já a conheço de longa data, visto que fiz a minha formação académica na UCP, em Lisboa.

AE - Então não será um novato neste território eclesial?
MF - Vou de um mundo diferente. Mas na minha matriz, tanto académica como de seminário, tenho uma quota parte importante da diocese de Lisboa. E desde já agradeço à diocese de Lisboa o que me deu na minha formação inicial.

AE - Agora retribui.
MF - Não posso conceber isso como retribuição. Mas é verdade que sinto alguma satisfação, por poder dar a quem me deu tanto na minha caminhada.

AE - Lisboa já tem um bispo historiador agora recebe um bispo ecuménico?
MF - Os bispos têm de ser todos ecuménicos. Ainda ontem João Paulo II, na Mensagem para o Dia Mundial para as Missões, dizia que "viver a fé e fazer missão é em espírito de reconciliação". O que é a reconciliação senão o ecumenismo? É desfazer pontes e destruir muros. O bispo é aquele que vê ao largo e ao longe e que consegue conjugar as pedras do xadrez para que o jogo se desencadeie da melhor maneira.

AE - A sua tese sobre "A Infalibilidade da Igreja" foi a chave para esta nomeação?
MF - Fazer uma tese de doutoramento sobre este tema pode ajudar e certamente me ajudou ao fazer uma investigação sobre um tema que é claramente de ministério. Mas não creio que isto tenha sido o factor decisivo. Todo o meu trabalho, tanto na área académica como nos seminários, deram-me uma visão alargada da Igreja.

AE - Já recebeu algumas palavras de D. José Policarpo?
MF - As palavras dele foram as primeiras.

AE - Já sabe qual a zona da diocese de Lisboa onde exercerá o seu múnus pastoral?
MF - São assuntos que iremos trabalhar a seguir. De momento não estou preocupado com isso. Estou preocupado, essencialmente, com preparação da ordenação episcopal.

AE - A sua estadia em Lisboa é um ponto intermédio para outras paragens?
MF - Aquilo que nós fazemos todos os dias é sempre um ponto intermédio.

AE - O caminho a seguir é para Viseu?
MF - Eu irei estar em Lisboa enquanto Deus quiser. Depois pode ser para Viseu ou outra diocese qualquer. Ou então pode não ser para mais nenhuma.

Fonte Ecclesia

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