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Crise social atrai multidão a Fátima
2002-10-14 21:00:03

O santuário mariano de Fátima acolheu, ontem, a maior peregrinação dos últimos dez anos, estimada em um milhão de pessoas, provocando a ruptura no estacionamento e na circulação automóvel, devido à afluência de mais de 150 mil veículos.

O fluxo extraordinário de peregrinos deveu-se à instabilidade social e económica que grassa no país, na interpretação do bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva. "Nota-se, efectivamente, nos momentos mais atribulados da vida económica, que as pessoas pensam mais na vida interior", disse o prelado ao «Jornal de Notícias», no final das cerimónias.
Para o bispo da Diocese de Leiria-Fátima, que se referiu concretamente ao atentado terrorista na Indonésia que ocorreu na manhã de ontem, "o sentimento de insegurança" que abala o Mundo foi também decisivo para a presença de mais peregrinos no santuário.
"Foi o 11 de Setembro, mais este atentado. Nota-se que as pessoas andam inquietas", disse o prelado, lembrando que a peregrinação de Outubro permitiu a conjugação de três factores que motivaram um acréscimo de peregrinos como não se via desde a presença do Papa João Paulo II para beatificar os Pastorinhos. "Esta foi a peregrinação das famílias, o dia 13 coincidiu com um domingo e era a última grande peregrinação deste ano", explicou.
O bispo recordou, no entanto, que "nos fins de semana de Setembro já se tinha notado a presença de muitos fiéis".

A peregrinação aniversária internacional foi presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, que ontem, no final das celebrações, consagrou as famílias portuguesas ao Imaculado Coração de Maria. Um gesto que os fiéis aplaudiram. D. José pediu
protecção à Virgem Maria para o projecto conjugal que, disse, não é mais do que "um contínuo peregrinar" em direcção à santidade cristã.

Na homilia, o cardeal-patriarca reafirmou o carácter sagrado do matrimónio, que "encaminha os cônjuges cristãos na descoberta progressiva da riqueza e do sentido do seu amor esponsal" e sublinhou a importância da eucaristia como "o centro da família cristã,
porque o é da Igreja", na medida em "a família é imagem da Igreja".
"A eucaristia reúne a Igreja, faz a Igreja, ajuda a Igreja peregrina a alegra-se já com o banquete eterno", disse, num apelo aos peregrinos para a participação na missa dominical.
No final, D. José Policarpo e os bispos portugueses presentes entregaram aos casais que representavam as dioceses do país o manifesto que resultou do congresso das famílias que decorreu em Lisboa.

O documento reafirma "o valor da vida" em todas as fases da sua existência, isto é, "desde a concepção até à morte natural".
As famílias sustentam ainda que "é um direito inalienável a liberdade de escolha de um projecto educativo que contemple a escola desejada pelos pais e a garantia do ensino religioso".
No manifesto, os participantes pedem "a revisão dos processos de trabalho e dos critérios fiscais", que não devem penalizar "o núcleo familiar".

Fonte Público

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