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Música Sacra em Portugal
2002-10-10 21:07:17

Desde bastante novo, sem saber bem porquê, senti um claro apelo pela Música Sacra. Recordo-me de, com 15 anos, várias vezes ter ido à Sé Catedral do Porto só para ver o Grande Órgão. Aquele contacto gerava em mim vontade de voar para as áreas que aquele magnífico instrumento certamente permitia. Por isso, fiz o Curso Diocesano de Música Sacra.

Depois, fiz os Cursos de Órgão e Director de Coro, nos Cursos Nacionais para Organistas e Directores de Coros Litúrgicos, realizados em Fátima.

Logo que vi na minha frente uma hipótese de licenciatura em Música Sacra na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (que abriu em 1997) e ao deparar-me com um curriculum académico no qual ressaltava um extraordinário cruzamento de saberes teóricos e práticos, umbilicalmente relacionados, mais ou menos directamente com a Música Sacra, fiquei fascinado. Aderi. Fiz o curso. Neste momento, sou licenciado em Música Sacra. Estou contente e sinto-me agradecido. Descobri que a Música Sacra e/ou Litúrgica, nos seus variados ângulos (repertório, executantes, compositores, coros, participação da assembleia, estilos, época e linguagens) é das expressões artísticas que mais profundamente atingem o ser humano, quer na sua individualidade, quer na sua integração em grupo. Esse facto que acontece, em boa parte, pelo facto de a Música Sacra ser música, é ainda potenciado pelos sentimentos (individuais e comunitários) que a celebração da fé provoca nas pessoas que nela participam.

Em abono da verdade, devo fazer duas referências que foram fundamentais no meu crescimento para a Música Sacra. Tenho de referir o nome do Cónego Ferreira dos Santos, a quem considero um apóstolo da Música Sacra em Portugal pelas múltiplas estruturas de Música Sacra que criou, a coroa das quais foi a Escola das Artes da U.C.P. na qual se insere a licenciatura em Música Sacra.

Devo fazer, também, uma referência à Igreja da Lapa (Porto). Ela transformou-se num espaço no qual existe a sã ambição de fazer Música Litúrgica de qualidade. Isso explica que aí se tenham criado vários coros, uma orquestra e que não se esqueça de organistas para o seu grande Órgão de Tubos, de que muitos ouviram falar. Por outro lado, no espaço da Igreja têm-se realizado muitos concertos de Música Sacra, alguns de invulgar qualidade: concertos de órgão, concertos corais, orquestrais e corais sinfónicos.

Eis porque, chegado à meta da minha licenciatura, estou disposto a dar-me à causa da Música Sacra e com profunda alegria e convicção vou procurar juntar pessoas que sonhem como eu, e, estou certo, que algo de muito bom irá acontecer. Desejo contribuir para que, a nível nacional, haja um movimento forte pró-Música Litúrgica e pró-Música Sacra. Estou convencido que os responsáveis da Igreja em Portugal irão estar abertos a essa boa causa.

Estou consciente, também, de que, apesar da licenciatura feita, terei, ainda, muito a aprender. Por isso, candidatei-me ao Mestrado em Artes Musicais na Universidade Nova de Lisboa e terei, durante o ano de 2003, três estágios de uma semana cada um, com o Professor Olivier Latry, organista titular da Catedral de Notre Dame de Paris.
Peço que me ajudem a sonhar.

Desejo que outros sonhem comigo.

Filipe Veríssimo


Fonte Ecclesia

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