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Dia de Reis para católicos e de Natal para os ortodoxos 2001-01-07 11:37:20 Para a Igreja Católica, ontem foi Dia de Reis (em Portugal, celebra-se hoje, primeiro domingo de Janeiro), enquanto os cristãos ortodoxos do Oriente celebraram o seu Natal. Duas igrejas cristãs, com raiz comum, assinalam em datas diferentes o nascimento do mesmo Menino Jesus.
Esta diferença no calendário litúrgico demonstra que os primeiros cristãos nunca se preocuparam em saber qual foi o dia do nascimento do Mestre.
O Natal é, sobretudo, resultado de uma reflexão teológica, ou seja, partindo do dado da fé de que Jesus é Filho de Deus, os primeiros teólogos (chamados Padres da Igreja) concluiram que o momento em que o Filho de Deus assume a condição humana deveria também ser assinalado como acontecimento salvífico.
A única celebração que desde o início do cristianismo se assinalava era, de facto, a Ressurreição, enquanto mistério central da fé.
Porém, não foi ao nascimento de Jesus que os primeiros cristãos deram importância, mas sim ao baptismo. Isto significa que, segundo a prática cristã mais primitiva, a manifestação humana de Deus é apenas considerada quando João Baptista, no rio Jordão, aceita baptizar Jesus e o reconhece como o Messias. Este episódio bíblico passou a ser celebrado como Festa da Epifania, palavra grega que significa "manifestação", "aparição". Ainda hoje, o Natal dos Ortodoxos do Oriente centra-se precisamente na Epifania, celebrada a 6 de Janeiro.
Os católicos de Roma, influenciados por factores culturais do Ocidente, seguiram uma outra tradição, assinalando o nascimento, não o baptismo, a 25 de Dezembro. Recorde-se que nesta data os romanos celebravam o solstício de Inverno e faziam a sua adoração ao Sol invicto. Para os cristãos, o verdadeiro Sol (luz) é Jesus Cristo. Logo, a apropriação da data para assinalar o nascimento do Filho de Deus e fazer desaparecer a última resistência do paganismo vingou com naturalidade.
Roma, entretanto, tomou conhecimento da solenidade celebrada a Oriente no dia 6 de Janeiro e adaptou-a ao seu calendário, na segunda metade do século IV. Mas o tema central passou a ser a adoração dos Reis Magos, festejando o baptismo no domingo seguinte. O 25 de Dezembro permaneceu como celebração do nascimento, a adoração dos pastores e a recordação do massacre das crianças mandado executar por Herodes.
O Oriente, por seu lado, também adoptou as solenidades celebradas em Roma (nascimento, adoração dos pastores, etc.), mantendo-se, contudo, fiel às origens.
Ainda hoje a Epifania é, sobretudo, a evocação do baptismo de Jesus Cristo, conhecida também por "festa das luzes"
Fonte DN
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