paroquias.org
 

Notícias






Peregrinos da Opus Dei em Roma à Espera da Canonização Ansiada
2002-10-06 10:16:54

Perante uma enorme fotografia de Josemaría Escrivá de Balaguer, o fundador da Opus Dei, colocada numa das varandas da basílica vaticana, milhares de pessoas circulavam já ontem pela Praça de São Pedro, antecipando a cerimónia desta manhã, cujo início está previsto para as 10h00 (9h00 em Lisboa) e que será presidida pelo Papa.

Durante a missa, João Paulo II proclamará como santo Escrivá de Balaguer, apesar de todas as polémicas que, desde há décadas, envolvem a personalidade de Escrivá, a organização por ele fundada e o próprio processo de beatificação e canonização.

Alheios a todas essas questões, os membros, simpatizantes e convidados da Obra de Deus (o significado do nome em português) foram até Roma, oriundos de uns 80 países. Num "kit" que transportam, uma estatueta de Escrivá diz: "Há tanto tempo que esperamos por este momento. No nosso movimento, há uma fé forte, estamos unidos." Ontem, nove barcos desembarcaram em Civitavecchia, um porto a norte de Roma, para recordar a primeira viagem que Escrivá fez de Espanha para Itália, em 1946.

Os organizadores da cerimónia da canonização contam com a presença de umas 300 mil pessoas - um terço oriundas da América Latina e da Espanha (foi aqui que Escrivá nasceu), outro terço da Itália e o restante do resto do mundo. A maior parte não caberá na Praça de São Pedro nem poderá presenciar a cerimónia ao vivo. Para tentar remediar a situação, estão instalados nove ecrãs gigantes ao longo da Via della Conciliazione, a avenida defronte da basílica. Mesmo assim, muitos ficarão privados do acesso ao lugar das cerimónias.

Toda a zona envolvente de São Pedro foi fechada ao trânsito desde ontem ao meio-dia e assim permanecerá até segunda-feira. É que amanhã de manhã, facto quase inédito, o prelado da Obra (o bispo nomeado pelo Papa como responsável pela Opus Dei) presidirá a uma missa na mesma praça que é praticamente reservada para as cerimónias do Papa.

Josemaría Escrivá, que nasceu em 1902 e morreu em 1975, fundou a Opus Dei em 1928, com o objectivo de que as pessoas vivam o trabalho como modo de santificação. Beatificado em 1992, Escrivá tem sido criticado por aquilo que muitos consideram a sua personalidade autoritária e caprichosa. A Opus Dei é acusada de ter mantido laços muito estreitos com o regime franquista em Espanha e de cultivar o secretismo.

Uma antiga colaboradora de Escrivá, Isabel de Armas, publicou agora um livro, em que critica o que considera ser o "culto da personalidade" dos membros da Obra em relação a Escrivá. A autora, diz a Reuters, compara a Opus à Igreja da Unificação, do coreano Sun Myung Moon. O próprio processo de beatificação foi criticado por muitos católicos pela sua rapidez e porque o Vaticano não quis ouvir os antigos colaboradores de Escrivá que, entretanto, se tinham afastado.

Fonte Público

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia