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A catequese e o futuro das comunidades cristãs
2002-10-01 22:03:00

Intenção do Santo Padre para o Apostolado da Oração - Outubro 2002
Que os catequistas, apoiados pela oração e a ajuda das comunidades paroquiais, colaborem eficazmente na nova evangelização.


1. Em séculos passados, entre nós e noutros países ditos cristãos, a transmissão da fé acontecia de modo quase imperceptível. A cultura e a sociedade estavam repletas de símbolos cristãos e estes pautavam o ritmo da vida individual e colectiva. Hoje, a questão coloca-se em termos bem diversos. As grandes correntes da cultura actual são, quase todas, alheias à tradição cristã, quando não confessada-mente adversas à mesma; e a sociedade segue o mesmo caminho de ignorância, indiferença, ou mesmo oposição clara à proposta cristã – particularmente quando esta põe em causa modos de vida culturalmente aceites e promovidos.

2. Mais do que fazer um juízo de valor sobre esta situação, importa assumir as exigências que a mesma traz à Igreja e a cada comunidade cristã, relativamente ao anúncio de Cristo e do seu Evangelho num contexto culturalmente adverso. Exigência que se reflecte, sobretudo, na formação das crianças e dos jovens, naturalmente mais permeáveis aos modos de vida veiculados pela cultura ambiente, na qual eles crescem e que é a sua. Culturalmente seduzidos pelas propostas mais diversas, importa que também o Evangelho lhes seja proposto de modo novo, capaz de os levar a um encontro com Cristo pessoal e intenso. A catequese, em particular aquela orientada à formação dos mais jovens, tem, por isso, uma importância particular – e deve merecer das comunidades locais uma atenção permanente e um investimento constante.

3. Na comunidade paroquial, o sacerdote é sempre o primeiro catequista. É a ele, enquanto pároco, que compete, em primeiro lugar, a educação na fé. É certo, porém, que o pároco não pode fazer tudo. Deve, por isso, procurar colaboradores que assumam com dignidade, paixão e saber o serviço da catequese. E deve dinamizar a comunidade, para que esta perceba a importância de investir na catequese e nos seus catequistas – investimento não apenas em meios materiais, embora estes sejam importantes, mas sobretudo investimento nas pessoas e na sua formação, para que correspondam cada vez melhor à missão que a Igreja lhes confiou, tendo em vista a educação na fé das novas gerações. Como lembra o Santo Padre João Paulo II, a paróquia «deve continuar a ser a animadora da catequese e o seu lugar privilegiado» (Catechese tradendae, 67).

4. É normal recordar aquele professor ou professora que nos serviu de inspiração nos caminhos do conhecimento. Seria bom que pudéssemos dizer o mesmo de algum ou de alguma catequista, por nos ter ajudado a conhecer e amar Cristo – e certamente poderíamos fazê-lo, se não déssemos tão pouca importância à formação cristã recebida. Importa que as comunidades não esqueçam o trabalho abnegado, gratuito e tantas vezes incompreendido dos seus catequistas, entregues ao serviço da comunidade, educando crianças e jovens nos caminhos da fé. A eles se dirigem estas palavras do Papa João Paulo II: «Desejo agradecer-vos em nome de toda a Igreja (…), a vós, catequistas paroquiais, leigos, homens, e mulheres em maior número ainda, a vós todos que pelo mundo inteiro vos dedicastes à educação religiosa de numerosas gerações. A vossa actividade, muitas vezes humilde e escondida, mas realizada com zelo inflamado e generoso, é uma forma eminente de apostolado leigo, particularmente importante naquelas partes onde, por diversas razões, as crianças e os jovens não recebem no lar formação religiosa conveniente. Quantos somos, realmente, aqueles que recebemos de pessoas como vós as primeiras noções de catecismo e a preparação para o sacramento da Penitência, para a primeira Comunhão, para a Confirmação…» (Catechese tradendae, nº 66).

5. As comunidades do futuro serão, em grande parte, aquilo que nelas for a catequese do presente. E esta será sempre aquilo que forem os catequistas. Importa, por isso, que estes sintam o interesse e apoio da sua comunidade paroquial, em particular do pároco, para não desanimarem na sua missão, difícil mas absolutamente imprescindível ao futuro das comunidades cristãs. Sejam, pois, como solicita o Santo Padre na Intenção para este mês de Outubro, acompanhados pela oração de todos e auxiliados com os meios necessários ao desempenho da sua missão.

Fonte Ecclesia

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