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O Jubileu da unidade
2001-01-07 10:22:10

QUANDO hoje João Paulo II, às 9,30 horas de Roma, fechar a «porta santa» da Basílica de São Pedro, as atenções já não estarão concentradas neste acto simbólico de encerramento do Jubileu, mas na carta apostólica «Novo millennio ineunte» (No começo do novo milénio), que o Papa legitimará com a sua assinatura no final da missa jubilar. O conteúdo deste documento - embargado até às 12 horas - está a suscitar uma inusitada expectativa nos meios católicos e entre as hierarquias das restantes Igrejas cristãs.

Tanta curiosidade resulta do facto de observadores católicos na Santa Sé apontarem para a possibilidade de esta carta apostólica de João Paulo II poder constituir um testamento espiritual de apelo à unidade para os cristãos, contrariando a polémica Declaração «Dominus Iesus», apresentada pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, em Setembro passado.


Convocar a unidade
A nova carta apostólica papal abordará a necessidade de um compromisso de unidade entre as diferentes sensibilidades cristãs - protestantes, ortodoxos e católicos -, além de reforçar a urgência de um entendimento entre as diversas culturas e o respeito pela vida. Vários observadores chamam a atenção para a saudação papal de Ano Novo ao corpo diplomático acreditado no Vaticano. Nela se poderá encontrar, anotam, o mote para o documento que hoje será divulgado. Aos diplomatas, além de ter apelado à necessidade de «uma fraternidade verdadeiramente universal», o Papa disse claramente que lhe pareceu «urgente convidar os crentes em Cristo, e com eles todos os homens de boa vontade, a reflectirem sobre o diálogo entre as diferentes culturas e tradições, indicando assim o caminho necessário para a construção de um mundo reconciliado». Uma convicação expressa, de forma cada vez mais acentuada, nos documentos papais. Recorde-se que na sua carta convocatória do Jubileu, «O Advento do Terceiro Milénio», de Novembro de 1994, João Paulo II já exortava os católicos à concretização de «acordos ecuménicos na preparação e celebração do Jubileu».

Hoje o Papa encerra o mais mediático dos seus actos pastorais. O Jubileu 2000, além de conseguir levar à Cidade Santa mais de 30 milhões de peregrinos, possibilitou a realização da maior concentração mundial de juventude de que há memória. Em Agosto, dois milhões de jovens reuniram-se com o Papa, que ainda recebeu uma multidão de pessoas para celebrar «jubileus particulares» - deficientes, artistas, parlamentares, políticos e governantes de todo o mundo.

O Papa vai deixar no interior da «porta santa» vinte e três moedas de prata e uma medalha comemorativas do seu 23º aniversário de pontificado, além de 17 moedas de bronze para celebrar a data do último Jubileu, em 1984.


Fonte Expresso

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