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Bispo Reafirma Necessidade de Jornal Católico
2002-09-25 14:37:33

O presidente da Comissão Episcopal das Comunicações Sociais subscreveu ontem os apelos de sectores da Igreja que defendem a necessidade de um jornal católico de âmbito nacional.

Em declarações à Lusa, D. João Alves reconheceu a necessidade de um jornal tutelado pela Igreja ou de inspiração cristã, onde exista uma divulgação da mensagem católica e uma "militância" em defesa de valores como a justiça ou a verdade.

"Faz falta um órgão, seja diário ou semanário, a quem possam recorrer os empresários e políticos, a sociedade em geral, para ter um conhecimento seguro daquilo que a Igreja pensa sobre os problemas do mundo", defendeu o bispo emérito de Coimbra, salientado que esse projecto teria de ter um "olhar sempre atento à revelação cristã, mas também ao mundo, à sociedade e aos seus problemas".

No entanto, para que esse jornal se concretize, é necessário que seja assumido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) e suportado pelas várias dioceses, destacou D. João Alves, defendendo que os órgãos nacionais que a Igreja possui (Rádio Renascença e agência Ecclesia, entre outros) devem ser complementados por um projecto de imprensa.

Actualmente, a Igreja dispõe de quatro diários regionais em Portugal mas não tem nenhum de alcance nacional.

Contudo, um jornal nacional católico teria de ser aceite pelo mercado e ter suporte financeiro seguro, salientou o ex-presidente da CEP. "Qualquer coisa que se faça tem de ter qualidade e a qualidade custa muito", pelo que, considera, seria fundamental um envolvimento efectivo das dioceses.

Já para Rui Osório, sacerdote e jornalista do "Jornal de Notícias", mais importante que a Igreja possuir órgãos de comunicação social é fundamental que existam quadros católicos em meios não-confessionais. "Acho que a Igreja tem o direito e o dever de se servir dos modernos meios de comunicação social para difundir a sua mensagem", afirmou, embora salientando que "não há competitividade sem viabilidade comercial". "Defendo que é mais importante que estejam os católicos na imprensa do que uma imprensa católica", notou, duvidando da capacidade financeira da Igreja para suportar um novo projecto.

Reconhecendo que existe "alguma nostalgia" em sectores da Igreja face ao fracasso de projectos como a TVI ou o jornal "Novidades", Rui Osório propõe que, caso seja criado um novo órgão, os leigos tenham um papel preponderante na condução da linha editorial e redactorial. "Se (o novo jornal) for criado, não poderá falhar", destacou.

Amanhã e depois, jornalistas de órgãos católicos e não-confessionais vão reunir-se em Fátima em mais uma edição das jornadas de Comunicação Social. Com o tema "Como se faz um jornal católico ou o que faz católico um jornal", estas jornadas vão dar uma particular atenção ao tratamento de notícias de abusos sexuais.

Fonte Público

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