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Católicos Sentem Os Seus Direitos Espezinhados na Rússia
2002-09-15 11:30:36

Cansado de apelar às autoridades de Moscovo para que garantam o respeito pelos direitos dos católicos russos, o arcebispo Tadeuzs Kondrusievic, Metropolita de Moscovo e Presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Rússia, decidiu pedir ajuda "às pessoas para as quais os direitos e liberdades dos cidadãos foram sempre e continuam a ser valores fundamentais e que os defendem incansavelmente na Rússia e no estrangeiro".

Numa carta dirigida "às organizações de defesa dos direitos humanos e a todas as pessoas de boa vontade", o chefe da Igreja Católica na Rússia chama a atenção para "uma campanha anti-católica de amplas proporções, que inclui: comícios e piquetes, proibições para a construção de templos, actos de vandalismo e ofensas aos lugares de culto, formação de uma imagem mitológica do "inimigo católico", etc."

Este ano, as autoridades russas proibiram a entrada ou expulsaram do país um bispo e quatro sacerdotes católicos. Segundo Kondrusievic, esses actos "são feitos com ostentação, acompanhados de insultos e ofensas, com a ausência total de explicações sobre os motivos das expulsões".

"A realidade crua faz-nos voltar de facto aos tempos do regime anterior [comunista], quando os católicos russos se encontravam sem pastores e sem uma atenção pastoral normal" - sublinha o bispo católico, e acrescenta: "Agora, os nossos católicos temem estar de novo condenados a não receber os sacramentos antes da morte e a não poderem ser enterrados segundo a tradição da Igreja Católica, pois a qualquer momento o seu sacerdote pode ser expulso da Rússia sem qualquer explicação".

Durante a época do comunismo, a Igreja Católica na Rússia não tinha possibilidade de preparar sacerdotes, por isso, actualmente, vê-se obrigada a convidar padres de outros países, o que está em conformidade com as leis russas. Por isso, o bispo católico considera que a proibição da entrada de sacerdotes no país "viola a liberdade religiosa garantida pela Constituição e a igualdade de todas as religiões perante a lei".

As relações entre a Igreja Católica, por um lado, e a Igreja Ortodoxa Russa e o Estado Russo, por outro, deterioraram-se seriamente depois do Vaticano ter decidido criar na Rússia, em Fevereiro passado, quatro dioceses católicas no país, o que foi considerado em Moscovo como mais uma tentativa de expansionismo da Santa Sé no "território canónico" dos ortodoxos.

Fonte Público

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