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A caminho dum novo ano lectivo...
2002-09-13 22:22:41

As férias estão a terminar. O Verão chega ao fim; para trás vão ficando sonhos, projectos… Avizinha-se um tempo novo, promissor de descobertas, da construção de novos laços de amizade, de trabalho e de estudo rumo a uma opção vocacional/profissional, já gizada por muitos.

As escolas, os professores, os pais, as crianças e os jovens, todos se preparam para uma nova etapa. É hora de recomeçar! O recomeço implica sempre novidade, expectativa.

A Educação é, na verdade, algo de tão profundo e de tão abrangente que diz respeito a toda a sociedade, a todo o País, nomeadamente às Famílias. Não é algo que possa ficar entregue simplesmente aos Professores, por mais competentes que sejam, nem aos políticos que, salvo honrosas excepções, se preocupam mais com o seu umbigo do que com o futuro da Nação e das novas gerações que a hão-de dirigir num futuro próximo.

Uma educação de qualidade implica uma escola que seja efectivamente uma comunidade humana. É que a educação não se resume a uma simples questão de conteúdos e de metodologias; o êxito ou o fracasso da actividade educativa de qualquer instituição escolar depende essencialmente do clima humano, relacional, que nela se vive e que envolve os alunos.

Falar de comunidade educativa significa falar de pais, de professores, de alunos, de auxiliares de acção educativa, de pessoal administrativo, da sociedade envolvente… Todos somos corresponsáveis pelo testemunho que estamos a transmitir aos mais novos. Não basta rechear mochilas com material mais ou menos caro, de marca! Não basta estar presente na escola numa simples atitude de funcionalismo! Não, a educação exige muito mais: recusa o simples dar, exige o dar-se. A educação é um processo que reconhece sempre no aluno uma pessoa em construção, capaz de descobertas e de aprendizagens progressivas, que reconhece nele “o objecto primeiro e último” da sua existência.

Uma sociedade que não dedica o seu melhor à Educação é uma sociedade sem futuro, incapaz de se desenvolver integralmente e de legar às gerações vindouras o melhor tesouro que possui: pessoas capazes de ler a história, de a transformar ao serviço do bem comum, da fraternidade, da aproximação entre os povos, raças e religiões. Como afirmou Jacques Delors no relatório sobre a Educação para o Século XXI, uma escola verdadeiramente centrada na pessoa não pode “deixar por explorar os talentos que constituem como que tesouros escondidos no interior de cada ser humano”. É necessário desenvolver a pessoa no seu todo – é a perspectiva da integralidade, da visão humanista e cristã da educação. Permanece, pois, como missão fundamental da educação a de ensinar a dar sentido à vida como uma totalidade.

Hoje, mais do que nunca, os pais, apesar de todas as dificuldades de tempo, não se podem demitir da sua missão de primeiros educadores e de garantes do respeito, por parte do poder político e das estruturas educativas, das suas opções no que concerne ao projecto educativo desejado. Esta atitude de atenção permanente, bem como a sua presença nas estruturas escolares serão a melhor forma de garantir tal respeito. E, aliadas ao testemunho, serão a melhor “mochila” que podem oferecer aos seus educandos.

O regresso às aulas é, assim, um desafio à nossa criatividade, à nossa capacidade de ver mais longe, de sermos capazes de construir pontes e escadas voltadas para o progresso económico e social, mas sobretudo apostadas no desenvolvimento integral de cada um e de cada uma dos nossos alunos, das nossas alunas.

Aqueles e aquelas que, ao longo do seu percurso escolar, têm, livremente, optado por frequentar a disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica têm enriquecido a sua formação pessoal e social e adquirido uma mais-valia que os(as) torna mais aptos(as) para viver nesta nova era que alguns denominam de pós-moderna e, outros, de globalizada.

Ao promover a realização do educando e ao propor todos os autênticos e perenes valores da humanidade, nas novas formas do nosso tempo, a Escola sabe que, para ser consistente, precisa de um enraizamento num corpo ético que lhe confira identidade e projecto. No horizonte desses valores universais da civilização ocidental integra-se a tradição cristã, criadora de cultura, portadora duma mundividência própria, apontando um caminho preciso de realização humana.

A importância da disciplina de EMRC no espaço escolar baseia-se no facto da problemática religiosa levantar questões essenciais da existência humana e oferecer grelhas de leitura em profundidade, do viver pessoal e da história. O acto educativo em EMRC apresenta-se como portador de respostas sobre o sentido último da realidade, visando a formação da consciência num itinerário progressivo e evolutivo de passagem da heteronomia para a autonomia.

Regresso às aulas, tempo de opções e de afirmação de convicções!

Albertino Silva
SNEC/Departamento da EMRC

Fonte Ecclesia

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