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Educar para a diferença com espírito crítico
2002-09-15 22:15:18

O religioso e o espiritual são o centro das atenções da Associação Universos, oficialmente criada a 29 de Agosto de 2002. Até ao momento são 30 as pessoas que a compõem.

De vários credos, líderes religiosos, pessoas ligadas ao diálogo, à educação e ao debate destas matérias; e “todas a título pessoal”, garantiu, à Agência ECCLESIA, o impulsionador desta associação. “Ninguém representa a sua religião ou confissão religiosa, para que este seja um espaço mais neutro e mais crítico”, explicou Henrique Pinto.
A Universos pretende “estudar, promover e difundir as diferentes tradições religiosas, através de um estudo crítico, apoiado por ciências que de alguma forma têm que ver com a temática, e convencer o público da importância do religioso e do divino”. Resumindo, trata-se de “um centro de estudos culturais e inter-religiosos”.

Mas aqui a vertente crítica e a abertura querem-se carisma nos trabalhos da Universos. “Esquecer as diferenças e unir no que existe em comum” é frase tantas vezes ouvida em tantos encontros inter-religiosos. A Universos quer ir mais além e “partir para os planos mais teóricos”, salientou Henrique Pinto, frisando que “não se trata de educar para a tolerância mas para a diferença. Se continuarmos a chover em cima de um capote isso não incomoda ninguém”.
A Universos promete agitar as águas e Henrique Pinto afirmou mesmo querer “alterar tradições religiosas, fazendo com que todas se conheçam, pondo-as em confronto – no sentido não beligerante – e dando-as a conhecer a todos”.

O lugar da mulher nas religiões é um dos exemplos sobre o qual os membros da Universos se vão debruçar. Henrique Pinto adiantou ainda que se prepara para “lançar o debate em Portugal sobre se as religiões libertam ou se, pelo contrário, escravizam”. A actual noção do transcendente, trazida pelo mundo pós-moderno, “que tantas vezes não passa pelas tradições, mas que não deixa de ser uma manifestação do religioso e de espiritualidade”, vai ser também objecto de reflexão e estudo.

Acima de tudo, a Universos vai pretender “uma abertura das consciências às diferenças”, explicou Henrique Pinto; “para que o católico, por exemplo, não deixando de ser católico, possa ser também algo mais”. Que mais? “Não sei, mas terá necessariamente de ser algo mais”, reconheceu. Em todo este trabalho que a Universos perspectiva, Henrique Pinto garantiu que “não se vão colocar questões sobre as figuras centrais das religiões”, como sejam Maomé, Buda ou Cristo.

A visibilidade da Universos vai estar na promoção de colóquios, seminários e reuniões. Henrique Pinto mostrou-se “esperançado em que, até ao final do ano, possa ser possível realizar algo”. O impulsionador desta Associação regressou a Portugal, após quase 10 anos em Inglaterra, onde terminou um Doutoramento na área da filosofia das religiões.

“Há uma alergia ao religioso em Portugal – constata Henrique Pinto – e queremos combatê-la em todas as áreas”, confidenciando que “caso não fosse aceite este projecto em Portugal, tentaria levá-lo para Inglaterra”. Portugal acolheu a Universos e, com ela, a promessa de espicaçar as consciências e mentalidades instaladas.


Fonte Ecclesia

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