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Falsos peditórios sem controlo em Fátima
2002-09-10 18:46:33

Os falsos peditórios em Fátima estão a assumir proporções preocupantes. Na semana passada, um agente da Polícia de Segurança Pública da cidade foi agredido por três mulheres – uma das quais menor de idade – depois de estas terem sido interpeladas nas imediações do Santuário, quando realizavam um peditório não autorizado.

Com a ajuda de alguns polícias que se encontravam no local como peregrinos, as mulheres acabaram por ser detidas. Como o JN noticiou, a mais nova, de 16 anos, foi entregue à família. Às outras duas, foi-lhes retirado o dinheiro e objectos que serviam para o peditório.
Várias entidades pedem agora uma intervenção eficaz para pôr cobro a esta situação que se arrasta há anos. Para a Associação Empresarial Ourém/Fátima (ACISO), os peditórios não legalizados, a que se junta a mendicidade, são um grave problema de Fátima.

No último boletim da associação, o presidente, Carlos Baptista, confirma que "tem recebido reclamações e pedidos de auxílio" sobre esta situação. "Os peregrinos e turistas são constantemente incomodados, alguns roubados e outros burlados", explica Carlos Baptista. O presidente da ACISO confirma ainda que "os comerciantes de Fátima são gravemente afectados, na medida em que os seus clientes sentem uma forte insegurança e, acima de tudo, levam uma má imagem de Fátima".
Para pôr cobro a esta situação, Carlos Baptista explica que a ACISO está a mover "fortes influências através do Governo Civil de Santarém, da Câmara de Ourém e da PSP de Fátima", no sentido de serem tomadas medidas com vista à resolução do problema.
Confrontado com este cenário, o governador civil de Santarém, Mário Albuquerque, confirma que os peditórios que se têm realizado em Fátima "são clandestinos". Explica ainda que "as forças da ordem estão instruídas no sentido de actuar veementemente" para resolver o problema. O responsável acrescenta que tem conhecimento de "agressões" e não tem dúvidas de que centenas de peregrinos são "ludibriados". Mário Albuquerque adianta que os peditórios "se multiplicam mesmo dentro do recinto do Santuário", peloque a segurança dos peregrinos muitas vezes está em causa. A situação, conclui, "não é muito dignificante para Fátima".
O presidente da Região de Turismo de Leiria/Fátima, Francisco Vieira, entende que a questão dos falsos peditórios é uma "chaga velha de Fátima" e provavelmente de outras cidades onde existem grandes aglomerados de pessoas. "É fundamental reforçar a segurança", refere, apontando a necessidade de ser proibido também o exercício da comercialização ilegal na via pública, quer se trate de venda ambulante ou da realização de peditórios.
O presidente da Câmara de Ourém, David Catarino, diz que inúmeros processos de contra-ordenação sobre venda ambulante lhe chegam às mãos. Para o responsável, a questão fundamental prende-se com o facto de "Fátima não ser uma aldeia vulgar do país" e exigir um corpo policial maior. E acaba por admitir que "se muitas pessoas vão a Fátima por razões nobres", há outras que nem por isso.
Já este ano, a Polícia conseguiu deter algumas "medalheiras" e, com a ajuda de alguns peregrinos, levou-as a tribunal, sob a acusação de burla. Contudo, o Tribunal de Ourém não terá aceitado a acusação e acabou por libertar as mulheres e devolver-lhes o dinheiro. O JN tentou confirmar o processo junto do Ministério Público, mas as férias judiciais apenas terminam a 15 de Setembro, pelo que não havia ninguém disponível.

Fonte JN

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