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CIRURGIÃO DO PAPA ACONSELHA-O A DESCANSAR
2001-01-05 23:44:36

Numa entrevista agora publicada na revista italiana "Oggi", Gianfranco Fineschi, cirurgião ortopedista que trata o Papa João Paulo II há cerca de vinte anos, admite que que o Santo Padre sofre da Doença de Parkinson e necessita de descansar muito, sob pena de arruinar definitivamente a sua frágil saúde.

A revelação não deixa de surpreender, pois o Vaticano nunca reconheceu oficialmente a doença do Sumo Pontífice. Ao admitir que o tremor constante do Papa se deve à Doença do Parkinson, Fineschi afirmou: "O Santo Padre tem uma musculatura potente, de nadador, mas sem a ajuda de Deus isso não lhe teria permitido manter-se activo". O cirurgião, que operou o Pontífice em 1994, quando ele fracturou o fémur ao sair do banho, disse ainda que teria sido aconselhável, na altura, um período muito maior de repouso e que a agenda sobrecarregada do Papa no Ano Jubilar 2000 o fez temer pela sua saúde, devido à idade avançada e às várias operações que já realizou e lhe causaram um claro enfraquecimento. No entanto, o médico sugeriu que os sintomas visíveis da Doença de Parkinson, como as tremuras e a rigidez facial, são devidas aos medicamentos que toma para tratar a doença e não à doença propriamente dita. A confirmação da doença dificilmente pode ser vista como uma novidade, mas não deixa de constituir uma surpresa, dada a renitência do Vaticano em reconhecer que o mal que debilita João Paulo II é Parkinson, doença do sistema nervoso que se dissemina progressivamente pelo corpo, provocando tremuras nos membros e na cabeça. Em 1996, por exemplo, o porta-voz do Vaticano, Joaquim Navarro-Valls, justificou o andar arrastado e as tremuras do Papa afirmando tratar-se de um tipo de perturbação nervosa "extrapiramidal", e anteriormente o Vaticano divulgara ainda a versão segundo a qual os sintomas do Papa eram sequelas de perturbações nervosas sofridas aquando da tentativa de homicídio de que foi vítima em 1981, na Praça de S. Pedro, em Roma. No entanto, para a comunidade médica, é evidente desde meados dos anos 90 que o mal do líder da Igreja Católica Romana é Parkinson. O dr. Abraham Lieberman, director médico da Fundação Nacional de Parkinson dos EUA, sediada em Miami, confirmou isso mesmo, dizendo que a questão verdadeiramente interessante é saber "porquê admiti-lo agora". Em sua opinião, uma das explicações possíveis é a preparação de uma resignação ao cargo. "Ele tem sido um Papa muito vigoroso, tem viajado muito. Pode estar apenas a sentir que já não pode fazer aquilo que deveria", afirmou. No entanto, as especulações sobre uma resignação de João Paulo II , que assim se tornaria no primeiro Pontífice, em 700 anos, a abandonar o cargo, têm sido até aqui enfaticamente negadas pelo Vaticano. Ainda assim, a agenda de compromissos do Papa para este ano é ligeiramente mais branda do que a do exaustivo Jubileu 2000, que amanhã é oficialmente encerrado na Praça de S. Pedro. As viagens já planeadas incluem a Síria, Malta, Ucrânia e, possivelmente, à Grécia.

Fonte CM

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