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Entrevista a D. Januário Torga (Bispo das Forças Armadas): George Bush quer o privilégio da impunida
2002-08-13 12:34:16

O que pensa das excepções para os cidadãos norte-americanos, exigidas pelo presidente George Bush, relativamente à extradição para julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI) e sobre a "caça aos terroristas" em qualquer país do mundo?

Sinto-me muito escandalizado com atitudes de quem pretende a impunidade. Eu não nego que haja perigos, vontade diabólica de envolver os EUA ou de levar uma ou outra pessoa a sentar-se no banco dos réus. Mas quem não deve não teme. Escandaliza-me esta forma de bater com a mão na secretária, ou como se diz mais vulgarmente, bater com a mão no peito, na perspectiva de dizer aos outros que somos os melhores do mundo. Bush quer ter o privilégio de ser impune. Depois, faz alianças com países devedores para os tornar parceiros desta mesma atitude. Está a ser injusto.

O Congresso e o Presidente dos EUA têm conhecimento que há cidadãos americanos que deviam ser réus do TPI e estão a impedir que isso aconteça?

Isso é que a gente não pode dizer. Mas não deve haver isenções, e se estão a temer é porque estão a dever alguma coisa. Havendo o Direito que é para todo e qualquer cidadão do mundo, como é que há alguns que se querem eximir a essa responsabilidade?

Quem é para si George Bush?

É um presidente que interpreta um certo tipo de política baseada na força. Não digo que, por vezes, não tenha razão. Tem a seu lado um grande general, Colin Powel, que é um homem de lucidez.

Uma lucidez que Bush não tem?

Não tem.

Os "amigos" de hoje devem sentir-se intimidados?

Devem. Se determinado país não estiver do nosso lado está contra nós, é o que se entende. Eu não nego que possa haver perigos da parte dos EUA. E não aceito que o seu presidente se coloque como dono do mundo.

Fonte DN

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