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Há procissão e romaria na aldeia
2002-08-12 16:26:43

"Quem Mirandela mirou, em Mirandela ficou." É a pensar nesta máxima popular que, com natural curiosidade, chegamos à confluência dos rios Tuela e Rabaçal, ou seja, ao coração do ubérrimo vale do Tua. E logo sentimos estar perante uma das mais importantes vilas nordestinas, marcada pelo contraste entre o antigo e o moderno.

Por um lado, o aberrante mercado municipal, logo à entrada da vila, faz-nos estremecer de susto. Por outro, a velha ponte românica, com os seus 20 arcos diferentes, faz-nos vibrar de encanto.

Mas mais inconcebível é o contraste entre o antigo e imponente Palácio dos Távoras, onde actualmente estão instalados os paços do concelho, e a moderna torre sineira da igreja matriz, obra de terrível mau gosto, inaugurada há meia dúzia de anos, em subsituição da antiga (séc. XVII). Como foi possível terem deixado fazer uma coisa assim!

Maravilha, maravilha, em Mirandela, é o Santuário de Nossa Senhora do Amparo, sobretudo nesta época de festas e romarias, iluminado por milhares de luzinhas, de onde se desfruta uma fantástica panorâmica - tal como do cimo da Quinta do Canal.

A noite está quente e abafada. Não corre uma aragem. Ao passearmos pela vila, deparamos pela primeira vez com duas viaturas da PSP a patrulhar as ruas (a única vez que tínhamos visto um elemento de segurança por estas paragens fora em Macedo de Cavaleiros, por sinal um GNR apeado), especialmente as que registam maior afluência de jovens. E são muitos. Enchem esplanadas, apinham as artérias comerciais, bebem e conversam animadamente. Por momentos, sentimo-nos embarcados numa grande cidade, onde o sóbrio e o novo-rico, os palacetes e os mamarrachos contrastam entre si.

Uma das experiências mais agradáveis que Mirandela oferece é, sem dúvida, um passeio matinal pela zona ajardinada à beira-rio, saboreando a frescura da manhã e a tranquilidade do Tua.

Outras hipóteses de lazer são percorrer o parque de merendas, instalado num logradouro junto ao açude que regula o nível da água do rio, onde os amantes da pesca poderão encontrar as condições ideais para a prática deste desporto, ou caminhar numa maginífica zona arborizada, equipada com minigolfe, court de ténis, café-restaurante, parque infantil e recheada de recantos muito agradáveis, no limite da qual existe ainda uma ampla praia fluvial.

De assinalar também o Museu Armindo Teixeira Lopes, situado no primeiro andar da Biblioteca Municipal Sarmento Pimentel, onde se encontram expostas numerosas obras de pintura e escultura, tanto daquele mestre como também de Sebastião Resende e Malangatana.

Contudo, o maior destaque vai, sem sombra de dúvida, para a belíssima Ponte Velha, construída no séc. XVI, de arcos e talha-mares robustos, apenas aberta à circulação de peões e a quem quiser namorar ou meditar nos românticos bancos disponíveis ao longo da travessia. Aí, sim, é caso para dizer: "Quem Mirandela mirou, em Mirandela ficou".

Fonte DN

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