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FÁTIMA MOSTRA DÁDIVAS DOS FIÉIS
2002-08-11 11:09:40

As ofertas mais valiosas deixadas pelos peregrinos, ao longo das últimas décadas, nas caixas de esmolas e nos vários serviços do Santuário de Fátima, fazem parte da exposição que abriu esta semana, no edifício da Reitoria, e apresenta também uma colecção única de alfaias litúrgicas e paramentos de membros da Igreja de todo o Mundo.

O Papa João Paulo II ofereceu, na primeira visita a Fátima, em 1982, um terço em ouro, uma cruz em madeira e ouro e um báculo em prata. Em 1991 ofereceu um cálice e uma patena em ouro e marfim e em 2000 uma custódia em ouro e prata e com pedras preciosas.

Os paramentos usados por João Paulo II nas três visitas, bem como uma batina branca, oferecida a 13 de Maio deste ano, fazem também parte da exposição, que dedica um espaço próprio às ofertas deste e de anteriores papas, como a Rosa de Ouro concedida por Paulo VI, por ocasião da proclamação de Nossa Senhora de Fátima como Mãe da Igreja e entregue em Maio de 1965 pelo cardeal Fernando Cento.

Os objectos de arte sacra constituem uma parte importante da exposição "Fátima Luz e Paz", mas há muito mais para ver, como um manto em cetim branco brochado a ouro, bordado a strass com penas de avestruz que pertenceu à rainha D. Amélia.

Objectos de uso diário, como uma toalha em renda, fardas, trajes académicos, ou ainda vestidos de noiva e de baptizado, para além de milhares de peças de joalharia até agora guardadas nos cofres do Santuário estão à vista dos visitantes, podendo a exposição ser visitada todos os dias, no edifício da Reitoria. "São peças que têm tanto de valor simbólico como material e foram guardadas pelos serviços do Santuário ao longo dos anos", disse Sérgio Carvalho, responsável do Centro de Comunicação Social do Santuário de Fátima, adiantando que "o povo é muito imaginativo e dá o que tem".

Num dos espaços da exposição está colocada a primeira imagem da Virgem Peregrina e em seu redor podem observar-se os ex-votos, como velas, partes do corpo em cera, medalhas, lenços, flores, que são "testemunhos de promessas" e representam "curas e graças alcançadas", explicou aquele responsável.

A exposição constitui um "registo histórico do culto de Nossa Senhora de Fátima", tem como objectivo "dar a conhecer o que lhe foi oferecido" e demorou dez anos a ser estudada e preparada.

"Não havia pressas e foi preciso catalogar e seleccionar as peças, adaptar o espaço, reforçar o acesso e colocar um sistema de vigilância adequado", esclareceu Sérgio Carvalho.

Na segunda-feira, primeiro dia da exposição, houve 30 visitas, na terça--feira 50 e ontem de manhã 80, mantendo-se um movimento elevado de visitantes ao longo da tarde.

Os visitantes são acolhidos à entrada por duas religiosas da congregação Irmãs Oblatas de Maria Virgem de Fátima, que concentram o grupo num pequeno anfiteatro onde são projectados slides e contada a história das aparições.

O "ambiente de época" é transmitido através de fotos de grande dimensão, uma com soldados a combater na 1.ª Grande Guerra, junto da qual se vêem máscaras de gás, terra queimada e outros vestígios da tragédia, e outra da Loca do Cabeço.
Segue-se uma história resumida das Aparições e do Segredo de Fátima, após o que o visitante entra nas salas principais onde se encontram as ofertas dos peregrinos.

A primeira sala é constituída por peças de joalharia de valor incalculável e por várias custódias, a mais valiosa das quais em prata dourada e pedras preciosas, oferecidas por peregrinos irlandeses.

Há também um conjunto de oratórios, em que se destaca um crucifixo indo-português do século XV-XVI, oferecido ao Santuário de Fátima em 1958, e outro em marfim e madeira, datado do século XIX.

As vestes de vários sacerdotes e de anteriores bispos da diocese de Leiria suscitam também muito interesse, o mesmo acontecendo, por exemplo, com a cruz peitoral e o anel oferecidos pelo cardeal patriarca de Veneza, em 1965, que mais tarde viria a ser o papa João XXIII. A visita guiada à exposição termina com a apresentação de uma foto de grandes dimensões, em que o Papa João Paulo II cumprimenta a Irmã Lúcia, durante a segunda visita a Fátima, realizada em 1991.

IRMÃ LÚCIA
As aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos são contadas, de forma resumida, durante a projecção de slides, num texto lido por Ruy de Carvalho, Catarina Avelar e Manuela Machado. No final, o visitante é surpreendido com a voz da Irmã Lúcia, que conta o significado da sua missão e dos primos Francisco e Jacinta, no momento em que é projectada uma foto sua, feita há pouco no Convento das Carmelitas, onde reside.

QUILOS DE OURO
O Santuário de Fátima recolhe por ano, em média, 18 quilos de ouro, a maior parte dos quais são anéis, fios, brincos e pulseiras deixadas pelos peregrinos nas caixas de esmolas. As peças mais valiosas, como cordões, gargantilhas e anéis com pedras preciosas, integram o espólio da exposição “Fátima luz e paz”, que abriu ao público na segunda-feira.

VISITAS DIÁRIAS
A exposição “Fátima Luz e Paz” está aberta todos os dias, a partir das 9 horas e a entrada é feita de meia em meia-hora, em pequenos grupos. O bilhete custa um euro e a entrada é feita pelo edifício da Reitoria, situado do lado direito do recinto de oração. As visitas são acompanhadas pelas Irmãs Oblatas de Maria Virgem de Fátima.

ROMÁRIO OFERECEU CAMISOLA DE CAMPEÃO NO MUNDIAL 1994
A camisola que o jogador brasileiro Romário usou durante um dos jogos do Campeonato do Mundo de Futebol de 1994, realizado nos Estados Unidos da América, faz parte da exposição. O Brasil viria a obter a vitória e a camisola com o número 11, usada pelo jogador, que teve uma prestação decisiva, foi oferecida a Nossa Senhora de Fátima e escolhida para a exposição. No mesmo local estão várias bolas autografadas, uma camisola amarela usada pelo malogrado ciclista Joaquim Agostinho, várias camisolas de ciclismo, um capacete com uma inscrição alusiva à peregrinação nacional de motards realizada em 1998, uma miniatura de uma mota e uma bicicleta.


COROA DE NOSSA SENHORA MOSTRA BALA DO ATENTADO
O expositor com a coroa de Nossa Senhora de Fátima que foi oferecida em acção de graças pelas mulheres portuguesas por Portugal não ter entrado na segunda Guerra Mundial constitui a 'jóia da coroa' da exposição, pois foi nela que, na década de 80, o Santuário de Fátima decidiu incrustar a bala que atingiu o Papa João Paulo II, no atentado de que foi vítima, em 13 de Maio de 1981. A coroa, em ouro, foi feita em Lisboa, por antigos joalheiros da Coroa, é constituída por duas mil pedras preciosas e por debaixo do globo pode observar--se a bala. Junto da coroa está colocado um anel oferecido pelo Papa João Paulo II durante a sua terceira visita a Fátima, em 2000, e 50 pequenas coroas.

Fonte CM

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