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Heranças do Jubileu em Portugal
2001-01-03 22:28:51

Ao longo de um ano, a Igreja em todo o mundo, multiplicou-se em projectos, actividades e celebrações, de forma a assinalar os 2000 anos do nascimento de Jesus Cristo. É agora tempo de fazer um balanço deste empreendimento. A Agência ECCLESIA, fez uma “viagem” pelas 20 dioceses portuguesas, ouvindo os respectivos bispos numa retrospectiva do Jubileu.

Bragança – Miranda
Começando bem a Norte, em Bragança - Miranda, D. António Rafael considera que por ali se “insistiu bastante na pastoral da confissão e da comunhão. No fundo, na pastoral do Domingo, para que os nossos fiéis se tornem verdadeiros eucarísticos e tomem bem consciência do que é ser cristão.” Devido à realidade geográfica da diocese (com cerca de 600 aldeias, embora com populações pequenas), “torna-se necessário fortalecer os ministérios laicais, consolidando a Escola de Leigos em cada um dos 15 Arciprestados e ‘implementar’ o Santíssimo em cada aldeia...”
“É preciso que cada um seja pedra viva de uma catedral viva”. Uma Catedral que entra agora nos trabalhos finais de construção, será sagrada, a 7 de Outubro de 2001 e que “é um símbolo, um logotipo do movimento laical e clerical da diocese”, considera o Bispo de Bragança - Miranda.

Vila Real
O frio em Vila Real, entre Outubro e Março, “limita o trabalho pastoral”, considera D. Joaquim Gonçalves que assim justifica o facto de algumas celebrações sectoriais não se terem realizado. “Esta foi mesmo a maior lacuna”, disse o Prelado que também considerou que as celebrações concelhias foram a “tónica maior, porque educaram para uma Igreja una, unida e festiva”.
Avaliar o jubileu, não é tarefa fácil. “Houve muito empenho das pessoas nas celebrações, fosse pela festa ou pela indulgência (...), este não foi um jubileu que trouxesse um vínculo notório, foi mais uma época de celebração de fé e a união da comunidade”. Para futuro, D. Joaquim aponta duas metas: a obrigatoriedade de preparação dos sacramentos e o Sínodo diocesano como prolongamento do jubileu. Datas não existem, “o Sínodo tem de ser meditado nas comunidades e assumido pela reflexão dos fiéis.”

Viana do Castelo
Em Viana do Castelo, “o jubileu permitiu à comunidade diocesana um esforço de renovação interior, aproximação de Cristo e conversão. Várias actividades foram expressão disso, provando uma vitalidade que ainda é capaz de mobilizar multidões...” É assim, que D. José Pedreira avalia o ano jubilar na sua diocese, ao mesmo tempo que aponta caminhos para o futuro. Depois da caminhada do jubileu, a intenção é “agarrar a dinâmica de compromisso e avançar para um Sínodo Diocesano”, uma vez que, em 2002, a diocese faz 25 anos de existência e este sínodo funcionará como uma “revisão de vida”.

Viseu
“Nunca vi a Sé com tanta gente como este ano”. Este é o primeiro comentário de D. António Monteiro, que considera que “o jubileu foi um momento grande na diocese de Viseu. As paróquias e os arciprestados vieram ao encontro da Igreja diocesana, assumindo compromissos e programando acções”. O bispo afirma que em Viseu “nunca se fez nada assim ... Na verdade houve um interesse que foi muito para além daquilo que se suspeitava”. Nesta diocese, “o jubileu ajudou a descobrir Deus que nos visitou em Jesus Cristo”. Agora há que concretizar um programa em 3 linhas de força: em 2001 Ver, para em 2002 Julgar e em 2003 Agir de acordo com a reflexão que foi feita.

Braga
Na Arquidiocese de Braga, “desde o início que houve uma preocupação em não limitar o jubileu à realidade das indulgências” transformando-o num “desafio à conversão pessoal e maior atenção à Palavra de Deus”. Conforme referiu D. Jorge Ortiga, o Sínodo Diocesano “já tinha como intuito prepara condignamente o ano 2000. Por isso, durante este ano trabalhou-se nos diversos jubileus aquilo que o sínodo referiu”. Por outras palavras, “o sínodo preparou o ano 2000 e este foi a oportunidade para concretizar o sínodo”.
Mas neste jubileu, Braga recebeu “uma graça, um dom do ano santo”. Segundo o arcebispo, a nomeação dos novos bispos é uma “renovação, que vai reforçar a equipa episcopal”, e assim permitir que em alguns aspectos se alcancem metas que até agora não foram alcançáveis “por incapacidade humana”.

Aveiro
Aveiro depois de “ter vivido com entusiasmo e espirito de fé o ano jubilar”, encontrou respostas para a pergunta: E depois de 2000? D. António Marcelino, que visitou todas as paróquias da diocese, aponta um projecto a concretizar nos próximos tempos e que se explicita em 3 linhas de acção: a formação cristã; um maior empenho na Pastoral Juvenil e uma diocese orante, de forma a “que o jubileu possa continuar”.

Lamego
Quando D. Jacinto Botelho “tomou conta” dos destinos da Diocese de Lamego, já o ano santo ia com 3 meses de vivência, mas nem por isso a diocese deixou “de sentir este momento extraordinário”. D. Jacinto considera que a sua entrada na diocese “foi uma graça” deste ano e que “há uma parte do jubileu que não pode ser contabilizada: o bem que o jubileu fez a muita gente individualmente”. Para o Bispo, “o trabalho mais importante será o que vem a seguir. Este ano despertou uma vontade de colaboração por parte de vários sectores da diocese”. Por tudo isto “o Jubileu verifica-se nos próximos anos”.

Guarda
Na diocese da Guarda está pronto um desdobrável de encerramento do ano jubilar com o anúncio de 6 acções pastorais para os próximos tempos. Segundo o Pe. António Moiteiro, que presidiu à Comissão Diocesana do Jubileu, estas acções surgem da caminhada deste ano, do Congresso eucarístico e da Assembleia de sacerdotes. Com 800 anos de Vida, a diocese está agora empenhada em “celebrar o dia do senhor, promover e incrementar a adoração do Santíssimo, valorizar a formação espiritual dos presbíteros, fomentar agentes pastorais quer através dos ministérios laicais quer do diaconado permanente, revitalizar os retiros espirituais na diocese e desenvolver grupos sócio-caritativos.”

Beja
O Grande Jubileu do Ano 2000 foi definido pelo Bispo de Beja como “um grande acontecimento porque envolveu todas as dioceses em união com a Igreja Universal para celebrarem o mistério da Encarnação”. Também esta diocese procurou viver este ano jubilar com celebrações que se realizaram mais a nível arciprestal dado as dimensões da diocese - justificou D. António Vitalino à Agência ECCLESIA. Avaliando como um “acontecimento muito positivo”, o Prelado afirmou que o Plano Pastoral de 2001 será um prolongar daquilo que foi este ano de 2000. Assim, “fomentar a comunhão eclesial, centralizar os serviços e movimentos e torná-los mais presentes nas paróquias” serão prioridades para o próximo ano.

Portalegre-Castelo Branco
A exemplo da diocese de Beja também a de Portalegre-Castelo Branco promoveu celebrações jubilares mais a nível arciprestal. Contudo, o Cóng. António Lopes, Director do Secretariado Diocesano de Pastoral, manifestou-se surpreendido com a participação dos cristãos nas acções jubilares da diocese, uma vez que esta é uma parcela da Igreja caracterizada por uma grande dispersão. “A revitalização das paróquias e, a dinamização e corresponsabilização dos leigos” serão linhas de orientação para o próximo ano.

Angra do Heroísmo
Na diocese de Angra do Heroísmo só há pouco tempo se elaborou um Plano Pastoral que está agora a ser implementado. Segundo D. António Braga, este Grande Jubileu veio dar “novo alento” à sua aplicação que tem como objectivo “a evangelização da família e da juventude”. Dar prioridade à formação com base na Palavra de Deus será uma linha de acção para os próximos três anos. Contribuíram para despertar para o gosto por este estudo diversas iniciativas jubilares, nomeadamente as semanas bíblicas que decorreram em S. Miguel. Apontou ainda como momentos marcantes, a nível celebrativo na diocese de Angra, a celebração do Dia da Igreja Diocesana, em Janeiro de 2000, onde estiveram presentes pessoas de todas as ilhas e o Jubileu do Clero, que teve lugar em Junho, onde foram ordenados 10 presbíteros. E acrescentou que a celebração jubilar que mais o impressionou foi o dos Reclusos onde sentiu que “o Jubileu é precisamente para quem necessita de libertação”.

Leiria-Fátima
A diocese de Leiria-Fátima, por sua vez, irá centrar a sua acção pastoral na pessoa de Jesus Cristo. Segundo o Bispo diocesano esta prioridade “tem implicações de ordem pastoral porque não se insiste tanto na mariologia, e tem implicações ecuménicas porque ajuda a recordar que o centro é Jesus Cristo”. Desde a peregrinação dos desportistas até à dos caloiros a dimensão de peregrinar foi fortemente sublinhada. D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, manifestou o desejo de que este espírito jubilar de alguém que se encontra em peregrinação permaneça no meio das pessoas.

Évora
Esta dimensão da peregrinação também esteve muito presente na Arquidiocese de Évora. Despertar as pessoas para um maior compromisso eclesial, tendo presente valores como o perdão, a solidariedade será, nas palavras do Cóng. Eduardo Pereira da Silva, Vigário Geral desta Arquidiocese, uma das principais linhas de acção. Recordando que toda a Igreja é chamada a viver a realidade de comunhão com Deus e com os homens, a arquidiocese de Évora pretende também levar cada cristão a tomar consciência de que tem uma missão a desempenhar.

Algarve
A diocese do Algarve promoveu diversas celebrações jubilares onde procurou recordar todos os sectores sociais. Deste modo, dos Jubileus celebrados destacam-se o Jubileu dos trabalhadores, das crianças, dos jovens, da 3ª idade, dos presbíteros, das viúvas. Segundo D. Manuel Madureira Dias o laicado também teve uma atenção especial. Prova disso foram o Congresso sobre o Concílio Ecuménico Vaticano II e o Simpósio sobre “o lugar dos leigos na Igreja e no Mundo”. Os sacramentos da penitência e da eucaristia tiveram um relevo especial tendo para isso sido realizadas várias celebrações onde os mesmos foram valorizados. Outro facto importante nesta diocese, é que pela primeira vez naquela parcela da igreja foram ordenados 7 diáconos permanentes.

Lisboa
Uma maior comunhão no presbitério diocesano e uma formação dos novos sacerdotes foram preocupações que estiveram presentes na celebração do Grande Jubileu do Patriarcado de Lisboa. A acção social também teve uma atenção particular, tendo-se privilegiado, segundo o Pe. Víctor Feytor Pinto, sacerdote responsável da Comissão do Jubileu de Lisboa, a colaboração com as dioceses de Díli e Bacau, nomeadamente através da construção da Maternidade-Escola em Timor Lorosae. A abertura ecuménica, sobretudo depois do encontro “Diálogo de Religiões e Culturas”, o Jubileu dos Jornalistas que contou com a realização de um seminário jubilar e o Congresso Internacional para a nova evangelização foram igualmente pontos altos deste Grande Jubileu do Ano 2000.

Setúbal
A necessidade de evangelizar e a formação dos adultos serão preocupações para a diocese de Setúbal. Referindo-se ao Ano Jubilar que está a chegar ao seu termo D. Gilberto Canavarro dos Reis acentuou ainda que “não basta que a semente seja lançada, mas é necessário que se continue a cultivá-la”.

Fonte Ecclesia

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