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Igreja Católica defende melhor política de imigração
2002-08-05 14:19:02

O director nacional da Obra Católica Portuguesa das Migrações, o sacerdote Rui Pedro Silva, criticou, ontem, em Fátima, a política de imigração. "Nem tudo é ilegalidade quando estão em jogo os direitos humanos, a vida, o trabalho, a dignidade", advertiu o responsável, no decorrer das celebrações da oitava Peregrinação dos Africanos ao Santuário de Fátima.

"A imigração é uma ferida aberta no Mundo", considerou o padre Rui Pedro Silva, que lamentou o facto de a Europa permitir que apareçam no mar corpos a flutuar "porque não os deixam chegar às praias", numa alusão à recente tragédia que vitimou 13 imigrantes
no Estreito de Gibraltar. "Esta Europa separa dois mundos", alertou.

Importância excessiva
O director da Obra das Migrações criticou ainda a importância que actualmente se dá aos imigrantes oriundos dos países do Leste da Europa, quando os seus salários não são pagos. "Quantos de vós imigrantes passaram por isso?", questionou o responsável, perant
e uma assistência onde estavam cerca de 1500 peregrinos, originários dos países de língua oficial portuguesa.
"Sois a maior comunidade imigrante do país, mas não pode fazer-se a integração de outros imigrantes sem vocês", referiu o sacerdote, que sublinhou a "vantagem" dos imigrantes provenientes da Europa de Leste. "Não são negros. Têm essa vantagem. São brancos eu
ropeus que são explorados por europeus do continente rico".
No final, pediu aos imigrantes africanos que "lutem contra a ilegalidade" e auxiliem Portugal – "país de contradições" – que tem pelo Mundo 4,6 milhões de emigrantes.

Controlo na origem
Em declarações à Comunicação Social, o sacerdote referiu que nenhuma política de imigração terá sucesso se não tiver em atenção o controlo a partir dos países de origem. "Não são os consulados portugueses que dão os vistos para o Espaço Schengen", disse, ape
lando à necessidade de os governos "controlarem e regularem os fluxos de imigrantes com as necessidades sociais".
Referiu ainda a premência de se fazer mais em termos de política de imigração e medidas que ajudem à respectiva integração, nomeadamente ao nível da habitação, da escolarização e do associativismo.
A peregrinação foi uma iniciativa da Capelania dos Africanos do Patriarcado de Lisboa.

Fonte JN

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