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Aos 82 anos, uma das vaigens apostólicas mais longas de João Paulo II
2002-08-01 19:00:46

Foi uma deslocação apostólica de 11 dias. Aos 82 anos de idade e pela nonagésima sétima vez o Papa concretizou uma das viagens mais prolongadas do seu pontificado.

Era o Canadá e os milhares de jovens que ali se encontravam a primeira etapa primeira desta viagem ao continente americano. Ali, estava em causa a 17ª Jornada Mundial da Juventude. Depois dos milhões presentes em Tor Vergata no Jubileu de 2000, aqui as inscrições rondavam as 200 mil. Um número reduzido... não pelo desinteresse dos jovens, mas pelas imposições governamentais, receosas da imigração ilegal. Situação que não esmoreceu o ânimo do Papa. Entre os encontros com os jovens e os dias de descanso passados na Ilha do Morango, João Paulo II lembrou aos jovens de que não há revolução tecnológica sem espiritualidade, exortou-os ainda a não sucumbir perante as ameaças do mundo moderno e as nuvens negras que sobre ele pairam desde 11 de Setembro último. A esperança está nos jovens, e são estes, quer se queira ou não, os construtores de um amanhã melhor. Recados do Papa transmitidos numa Eucaristia participada por 800 mil jovens que dentro de três anos estão convidados a viajarem até Colónia. Será lá, em 2005 a 20ª Jornada Mundial da Juventude.

Depois era a Guatemala a acolher o Papa. Um país que dias antes tinha já acolhido favoravelmente um pedido de João Paulo II: o fim da pena de morte. A decisão partiu do presidente Alfonso Portilho que assim poupou a vida a 36 condenados.
João Paulo II visitava a Guatemala pela terceira vez. A primeira ocorreu em 1983, em plena guerra civil; depois voltou em 1996 altura em que deu um significativo impulso aos acordos de paz que seriam assinados meses depois. O Papa trazia agora uma mensagem de reconciliação para um povo que sofreu uma guerra civil de quase 36 anos da qual resultaram 200 mil mortos. Neste país da América central o Papa canonizava Pedro de São José de Betancurt, um leigo nascido nas ilhas Canárias que no século XVII viajava para a América. Seria a Guatemala a sua “terra prometida” como afirmou o Papa. Aí desenvolveu uma importante estrutura de apoio social aos mais carenciados.

Para trás ficava a Guatemala, pela frente vinha o México, a grande nação católica do continente americano. A fé de um povo para a qual muito contribuiu um índio do século XVI, Juan Diego, a quem apareceu a Virgem de Guadalupe. Foi no seu Santuário que João Paulo II canonizou o primeiro índio declarado santo. As coreografias indígenas chamavam a atenção para um dos problemas da sociedade mexicana: a questão dos índios e dos seus direitos, não apenas humanos mas também históricos, os quais têm sido violados de forma sistemática em muitas regiões do continente americano. O Papa disse não esquecer estes povos, manifestando a sua admiração pelos seus valores e culturas. Nesta linha João Paulo II beatificava ainda dois chefes índios martirizados pela sua fé: Juan Bautista e Jacinto de Los Angeles.

Foram 11 dias para uma viagem que muitos julgavam já impossível, dadas as condições físicas do Papa. Porém este é um homem que surpreende e que deita por terra as previsões dos vaticanistas mais experimentados. Já em Agosto o Papa vai à Polónia e o Vaticano até já fala das Filipinas como um destino a inscrever na agenda do Papa.


Fonte Ecclesia

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