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"Querem converter o útero em túmulo"
2002-07-13 12:01:27 O Relatório Lancker (que recomenda a liberalização do aborto nos membros da União Europeia) representa “um tempo trágico e obscuro para a Europa”, afirmou, dia 12 de Julho, o Presidente do Conselho Pontifício para a Família. De visita a Portugal, para participar nas cerimónias de inauguração da sede da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Alfonso Trujillo, em conferência de imprensa, salientou que este “é um momento de vergonha para o Parlamento Europeu (PE)”, pois “querem converter o útero materno em túmulo”.
Recordando uma carta recebida do Embaixador dos Estados Unidos da América, na Santa Sé, em que explicava que a, então, administração de Clinton pretendia um aborto “legal, seguro e raro”, o Cardeal Trujillo referiu o artigo 12 do Relatório de Lancker onde se menciona pretender-se um aborto “legal, seguro e acessível”. Perante isto, acusa o PE de querer “converter um crime num direito” e de querer “confundir a opinião das pessoas” com a questão da legalidade.
O Presidente do Conselho Pontifício para a Família referiu que, por ano, se fazem, no mundo inteiro, cerca de 50 milhões de abortos: “o equivalente a todos os anos desaparecer a população de Itália”. Ainda assim, e após constatar as reacções de toda a parte à aprovação daquele relatório, mostrou-se convicto em que “as coisas vão mudar dentro de poucos anos”; “o homem não pode tapar sempre a verdade”.
Da realidade portuguesa sua conhecida, o Cardeal Trujillo elogiou a “consciência nascente que vai entrando cada vez mais na confrontação com o mundo” e a “força com que está organizada no campo uma pastoral de proclamação de defesa da família e da vida”.
Apesar de reconhecer que este trabalho “traz dificuldades” salientou que “comporta também desafios e possibilidades”. O Cardeal Trujillo referiu ainda “a vocação histórica” que Portugal tem na defesa da vida.
Relativamente à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Trujillo mostrou-se convicto em que “todo o seu trabalho será uma grande benção para Portugal”.
Fonte Ecclesia
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