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Ajuda à Igreja Que Sofre Volta-se para Países Lusófonos
2002-07-13 10:37:20

A Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), uma instituição internacional católica que apoia as comunidades de crentes dos países mais pobres, vai redireccionar a sua actuação em Portugal para o mundo lusófono. Os países africanos de expressão portuguesa, o Brasil e Timor passarão a ser os principais destinatários da ajuda do ramo português da organização - o qual, também para agilizar esse apoio, passa a reger-se pelo regime jurídico das fundações.


As ajudas são destinadas a actividades diferenciadas, como apoios à sobrevivência, acções sociais e de desenvolvimento, construção de escolas e edifícios, acções de formação do clero e agentes católicos, e evangelização através dos meios de comunicação. A nível internacional, as igrejas dos países lusófonos estão já entre os principais destinatários da própria organização. No relatório referente ao ano passado, verifica-se que o Brasil recebeu mais de quatro milhões de euros, sendo o segundo maior destinatário de apoio, a seguir à Ucrânia. Angola (394 mil euros), Guiné-Bissau (3350), Moçambique (451 mil) e Timor (155 mil) também receberam ajudas para projectos concretos.

Em Portugal, a AIS recolheu um total de 1.756.871 euros, mais nove por cento do que no ano anterior (1.616.055). O director da instituição em Portugal, Paulo Bernardino, 37 anos, agora presidente do conselho de administração da nova FAIS, confia que os donativos continuem a chegar. As receitas deste ano diminuíram ligeiramente, mas o número de benfeitores da organização tem crescido, o que faz olhar o futuro com relativo optimismo, diz ao PÚBLICO. Além disso, o novo regime jurídico de fundação permitirá desenvolver acções de mecenato social cultural, nomeadamente junto de empresas.

A nível internacional, a mudança foi aceite pelos serviços centrais da organização. Até porque outros países, como a Espanha, França ou Itália, já direccionam as suas ajudas sobretudo para os países de Leste. A FAIS-Portugal incluirá também a Ucrânia na lista dos seus destinos prioritários, tendo em conta a grande comunidade de imigrantes ucranianos que reside no país, e as ligações já existentes com católicos e ortodoxos daquele país.

A partir de hoje, e até domingo, a FAIS assinala, com um conjunto de actividades, a passagem a fundação. O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, e o cardeal Alfonso López Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família, presidem a esses actos, que incluem a inauguração de um centro de apoio aos ucranianos, em Fátima, a abertura das novas instalações do secretariado da fundação, na zona do Lumiar (Lisboa), um "Te Deum" na Sé de Lisboa (com entrada livre, mas com recolha de fundos destinados a Angola), e um concerto barroco em Alcobaça.

A AIS nasceu na Holanda no final da II Guerra Mundial, quando o padre Werenfried van Straaten decidiu apoiar os refugiados e deslocados de guerra. A organização voltou-se, depois, para os países de Leste e as igrejas que passaram a viver sob regimes comunistas, o que lhe deu uma imagem que misturava o apoio aos católicos com a luta ideológica anti-comunista. Com o tempo, a organização começou a apoiar também as igrejas do Terceiro Mundo, o que se acentuou com a queda do Muro de Berlim.

Fonte Público

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