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D. Armindo lamenta falta de vocações
2002-07-08 16:53:41

D. Armindo Lopes Coelho lamentou ontem, na Sé Catedral, a falta de vocações para o sacerdócio, a qual aproximou dos valores sexistas que dirigem a sociedade actual.

O bispo do Porto falava durante a ordenação de três presbíteros e outros três diáconos e, numa homilia concertada com o apelo do Papa João Paulo II na Praça de São Pedro, o responsável pela diocese portuense não deixou de chamar a atenção para a necessidade de recuperar os valores associados ao pudor.

"Vivemos na ditadura da carne", apontou, logo a abrir. "A literatura do nosso tempo encontra-se mergulhada no sexismo, no homossexualismo e no bissexualismo, e a comunicação social massacra-nos com programas e imagens de despudor, que apelida de autenticidade e verdade, mas que não passam de cenas de pouca-vergonha", acrescentou, depois, falando para várias centenas de pessoas que se juntaram na eucaristia dominical.

As palavras não eram meigas, mas o bispo lembrava que, por vezes, esta era a única forma de atrair a atenção das pessoas e levá-las a reflectirem. "No seu tempo, Jesus Cristo lembrava, frequentemente, João Baptista, que também recorria a palavras duras e austeras para levar o povo a redimir-se e acreditar."

Feito o aviso, D. Armindo regressava ao tema central da mensagem, para sublinhar que a sociedade precisa de recuperar os valores e entregar-se à religião. Mais, necessita mesmo, neste momento, de uma redenção, "igual à que viveu S. Paulo", disse, evocando, então, a dialéctica que considerou "próxima" do evangelista: "Nós somos devedores ao espírito, não à carne", citou, frisando que o primeiro tem de posicionar-se "em detrimento" da carne. "Depois vem a sida, a droga e todas as outras catástrofes sociais que se atribuem a uma praga dos deuses, mas que são uma consequência do modo como se vive hoje em dia em sociedade", concluiu.

Por tudo isto, o bispo diocesano do Porto interroga o que é feito dos valores religiosos, garantia, revela, do equilíbrio social. "Porque se escondem e se ridicularizam valores como a virgindade e a castidade, a vivência cristã, a solidariedade social e a entrega despreocupada aos outros?", questionou, logo adiantando que "o que pode parecer pessimismo não é senão o retrato da actualidade social". "Sente-se que a esperança que há pouco habitava as nossas mentes está agora perdida. Só na tentação da esperança perdida, de facto, se aspira à ajuda de Deus", justificou.

Para o líder episcopal da diocese do Porto importa, então, "não se perder a consciência de que o tempo que vivemos se situa a partir de Cristo". "Importa manter essa referência e importa, ainda, dotar a comunidade da consciência de redenção por Cristo", concluiu, em jeito de introdução ao tema central da homilia, a necessidade de resgatar vidas para entregar à Igreja Católica. "A nossa sociedade", revelou nesse sentido, "precisa de se abrir ao conceito de Cristo, mas precisa, também, de oferecer à Igreja jovens com valores e disponibilidade para apontar a luz que dê esperança a todos". O exemplo vivo de que estas palavras mantêm todo o sentido estava mesmo ali em frente e D. Armindo não deixou de o apontar. "Vamos dar graças por termos três diáconos e três presbíteros que se oferecem a Deus, que nos dão a esperança de continuar a iluminar a Igreja e de continuar a chamar pessoas para ela", referiu. Por tudo isto, o apelo final só poderia ter um sentido, o da entrega. "Experimente-se e confesse-se a aspiração a uma mudança que tarda", sublinhou.


Fonte DN

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