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Carta de Moscovo explica proselitismo - Católicos são missionários
2002-07-08 09:11:37

Missão é igual a proselitismo. Assim o entende o Patriarcado Ortodoxo de Moscovo que, pela pessoa do Metropolita Kirill, enviou uma carta ao Cardeal Walter Kasper, Presidente do Conselho Pontifício de Promoção da Unidade dos Cristãos, e ao Arcebispo católico de Moscovo, D. Tadeusz Kondrusiewicz.


Segundo a Agência ZENIT, a carta faz-se acompanhar de 15 documentos onde são “explicadas as actividades de proselitismo das organizações católicas na Rússia”. Apesar de os católicos russos e o Vaticano afirmarem que a actividade missionária não se dirige aos fiéis ortodoxos russos mas antes a quem não conhece o evangelho, o Metropolita Kirill responde, na carta, que “mesmo em quem não se professa crente, ficou um interesse genérico pela fé, graças à Ortodoxia e apesar das perseguições soviéticas”. Por isso, acusa: “os missionários ocidentais aproveitam-se do solo que nós tornámos fértil”.
O Metropolita Kirill deixa ainda palavras contra D. Jerzy Mazur, o Bispo católico de Iskutsk (Sibéria oriental) que foi impedido de voltar à Rússia, sem qualquer explicação, e que levou já o Papa a escrever ao Presidente russo, Vladimir Putin, a pedir justificações pelo acontecido.
Apresentando “provas de proselitismo” por parte do Bispo católico, o Metropolita Kirill recorda que o religioso faz parte da Sociedade do Verbo Divino, “congregação culpada de promover, em Moscovo, actividades para adolescentes e jovens”. Acrescenta ainda que D. Jerzy Mazur estudou Missiologia na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, pelo que “com esta formação – acusa – não poderia senão promover uma actividade missionária de grande escala”.
Mas as acusações não se ficam por aqui. O Metropolita Kirill dispara ainda contra outras congregações religiosas e a sua actividade. Dominicanos, Jesuítas, Missionárias da Sagrada Família, Filhos da Divina Providência e mesmo as Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa de Calcutá, são tomados como presença hostil em território russo. “Na sua denominação até aparece a palavra Missionárias”, explica o Metropolita Kirill, acusando depois as religiosas de, “na sua casa de Moscovo, recolherem crianças de rua e dirigirem-nas para o catolicismo”. “Na Rússia de hoje, não há uma quantidade de católicos que justifique a presença de tantas comunidades”, remata.
Acusações e denúncias que, para D. Tadeusz Kondrusiewicz, não são mais que “um elenco de factos e episódios sem sentido”. “Nada de novo!”, exclamou o Arcebispo de Moscovo, salientando que já está “acostumado a receber ataques”.
Apesar disto, o Arcebispo reafirmou “que a vontade de dialogar não diminui” e anunciou que enviará uma proposta ao Patriarca Ortodoxo, Alexis II: “sentemo-nos juntos, católicos e ortodoxos, e definamos, preto no branco, o que é proselitismo e o que não é. Se conseguirmos entender-nos sobre isto, o futuro será menos complicado que o presente”.


Fonte Ecclesia

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