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À PROCURA DA PALAVRA: DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM
2002-07-07 09:09:54

“O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade .”
Salmo 144, 8

“Jesus não faz férias”

Muitas vezes os evangelhos nos falam dos momentos de oração de Jesus. Como Ele gostava de se retirar para lugares isolados e aí orar. Pouco sabemos desses diálogos íntimos, mas percebemos como eram verdadeiras fontes de alegria e de coragem. Hoje, Mateus, faz-nos entrar nessa espantosa intimidade. O louvor do Pai, a alegria de descobrir que os simples e pequeninos são os que melhor entendem Deus, o sentir que isso é do agrado do Pai! É uma oração que é comunhão de vida, onde se reconhece a força do Reino naquilo que é pequeno e simples.


Estamos todos desejosos de férias. Com os primeiros dias de sol parece que se contagia esse desejo de fugir do quotidiano, de vestir roupas mais simples, de mergulhar no mar ou maravilhar-se com as serranias. Para muitos talvez seja um tempo de alienação, para todos sinto que são “saudades do paraíso”!

É o desejo de uma simplicidade original, de um encontro mais profundo consigo mesmo e com Deus. E são tantos os que fazem das férias um “inferno” de actividades, um corrupio de vaidades, um vazio de vivências! Sim, como dizia um pequenito da catequese, eu também penso que “Jesus não faz férias”!

Fazemos férias para descansar. Muitas vezes basta fazer coisas diferentes, mas há cansaços que estão enraizados mais fundo. Os cansaços que o egoísmo provoca sem nos apercebermos: viver tão centrado em si mesmo, fazendo rodar as pessoas e as coisas à sua volta, absorvendo sem nunca partilhar, remordendo o passado ou ansiando pelo futuro, é o cansaço mais difícil de superar.

É como um “buraco negro” que absorve a alegria semeada nas coisas simples. Na descoberta de Deus que ama incondicionalmente e na possibilidade de entrarmos em comunicação com Ele está o princípio da cura. Porque a oração liberta-nos deste nervosismo da dependência das coisas. Será que a nossa oração aponta para este horizonte?

Sempre tenho feito planos de férias onde procuro rezar mais. E sempre tenho descoberto que não é o “mais” que importa, mas o “melhor”! E este “melhor” implica que me atire mais profundamente na relação com Deus, que liberte as amarras e tenha a coragem de entrar no mar alto, que aceite os meus limites e as minhas misérias, que seja simples e contemple, que entre em diálogo e não fique no monólogo! E Deus faz aí germinar as suas surpresas!

P. Vítor Gonçalves


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