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À PROCURA DA PALAVRA: DOMINGO XIII DO TEMPO COMUM
2002-06-29 16:39:06

“Quem vos recebe a Mim recebe;
e quem me recebe, recebe Aquele que me enviou .”
Mt 10, 40

O ACOLHIMENTO QUE SALVA

Um dos temas recorrentes dos nossos tempos é o da insegurança. Seja pelos desafios que a imigração levanta, ou pela sociedade agressiva que se reflecte nas escolas e nos telejornais, o medo parece estar na ordem do dia. Prometem-se as variadas seguranças dos condomínios fechados, dos colégios privados ou das firmas de vigilância.


Parece que já só estamos seguros ao pé dos que pensam como eu, vestem como eu ou falam a minha linguagem! A absoluta segurança é uma ilusão; viver é um risco constante e não é a fecharmos-nos que vivemos melhor!

A arte de “bem receber” é (ou era) uma característica dos portugueses. Somos conhecidos pela simpatia e afabilidade. Mas quem olhar para os concursos televisivos que propagam o culto do indivíduo, da hipocrisia, do “salve-se quem puder”, do “antes lixar o parceiro que eu”, para ganhar alguma fama e alguns euros fica, no mínimo, admirado. O saber, a criatividade, a equipa, são valores secundários diante da vitória do egoísmo.

Para o povo hebreu, a hospitalidade era uma atitude cultivada. Lembravam-se sempre que também tinham sido estrangeiros e, por isso, Deus apontava esta virtude como excelente. O acolhimento, especialmente dos pobres, dos órfãos e das viúvas era um acto religioso em si mesmo. Jesus virá dizer que é mais valioso do que muitas orações ou sacrifícios que não ajudam a ter um coração mais acolhedor: “O que fizestes ao mais pequenino dos meus irmãos, foi a Mim que o fizeste” (Mt 25, 40). Não é por acaso que os cristãos sempre se preocuparam com os irmãos mais carenciados: não se pode amar Deus que não se vê, se desprezamos os sofredores que vemos!

O acolhimento implica tombarmos os muros que nos dividem. Reflectir sobre as consequências da imigração nestes tempos não pode ser, simplesmente, fechar as portas. Acaso julgamos que as riquezas de alguns não são um direito de todos? Num mundo de irmãos é gritante a ostentação e o esbanjamento em que algumas sociedades ainda vivem ( a nossa incluída)! E os cristãos têm o dever de procurar soluções que comprometam todos; não é com cercas de arame farpado ou de armas na mão que se resolve nada, apenas se adia!

Nestes dias a Igreja de Lisboa recebe o dom de novos diáconos e padres. Homens cheios do Espírito Santo para a missão de levar a Boa Nova. Que saibam ser acolhedores de todos, em especial os mais pobres. Que ajudem as comunidades a pensar à luz do Espírito caminhos novos de vida!

P. Vítor Gonçalves



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