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Bispos Debateram Quebra nas Missas
2002-06-27 23:54:20

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) debateu esta semana, em Fátima, os números que resultaram do recenseamento à prática dominical efectuado em 2001 e que indicam que o número de pessoas que vão às missas baixou para menos de dois milhões de pessoas - mais precisamente, 1.933.000 -, uma quebra superior a meio milhão de fiéis, em relação a 1977, data do primeiro recenseamento.

Agora, será elaborado um documento de reflexão interna para distribuir aos bispos para ser debatido, dando depois origem a um documento que estabeleça as estratégias de actuação em cada diocese.

Uma das perspectivas deixada em aberto é a possibilidade de se multiplicarem as celebrações litúrgicas sem a presença de padre. Em rigor, não são missas, já que falta o sacerdote para consagrar o pão e o vinho, o acto litúrgico central que faz com que se possa falar em missa ou eucaristia. Mas, à excepção desse acto, são celebrações em que se ouvem igualmente as leituras e se distribui a comunhão, como nas missas. As dioceses de Coimbra e do Algarve têm já muitas paróquias onde, dada a falta de padres, são leigos ou freiras que presidem a essas celebrações dominicais da palavra, como são chamadas.

Outra das possibilidades de acção é a melhoria da qualidade estética das missas e das homilias que nelas são feitas. Essas foram, entre outras, ideias defendidas por frei Bento Domingues, teólogo e frade dominicano, cronista do PÚBLICO, um dos peritos convidados. Presença pouco habitual em iniciativas oficiais da Igreja Católica, tendo em conta algumas das posições que toma em assuntos mais controversos, Bento Domingues esteve pela primeira vez a falar ao conjunto dos bispos.

O documento a elaborar, de acordo com declarações do porta-voz da CEP, D. Tomaz Nunes, à agência Lusa, não será publicado. Destinar-se-à, antes, aos agentes pastorais da Igreja. Uma decisão que não bate certo depois do que se passou esta semana: além dos bispos, participaram nas jornadas de estudo que a CEP promove neste altura do ano, diversos responsáveis de movimentos católicos, congregações religiosas e outras instituições da Igreja.

Além dos números do recenseamento, fruto de uma contagem de todos os presentes nas missas de um domingo, os participantes nas jornadas de estudo da Conferência Episcopal tomaram conhecimento dos resultados de uma sondagem por amostra. De acordo com esse estudo de opinião, realizado em Maio, o número de católicos na sociedade portuguesa manteve-se relativamente estável, sendo superior a 82 por cento. A maioria dos portugueses ainda se considera católica praticante, apesar de não frequentar com tanta regularidade a missa de domingo.

Manuel Marinho Antunes, o sociólogo que conduziu esta sondagem, diz que este comportamento corresponde a "uma apropriação subjectiva" dos valores cristãos por parte dos crentes. Muitas pessoas, diz o sociólogo, citado pela Lusa, consideram que a sua prática religiosa está mais relacionada com actos como peregrinações ou com valores morais do que com a frequência da missa.


Fonte Público

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