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Romaria da Senhora de Alcamé Renasce em Vila Franca
2002-06-09 16:19:30

O Rancho de Varinos de Vila Franca de Xira vai recuperar, hoje e amanhã, a Romaria da Senhora de Alcamé, suspensa desde Julho de 1974.

Considerada durante décadas uma das festas mais importantes do concelho, a romaria integrava desfiles de campinos e de gado, que confluíam no interior da lezíria vila-franquense - planície agrícola da margem Sul do Tejo -, onde se situa a ermida seiscentista construída em homenagem à Senhora de Alcamé.

Agora, no âmbito das actividades desenvolvidas ao longo do mês de Junho para comemorar o 18º aniversário da elevação de Vila Franca a cidade, o Rancho de Varinos propôs-se reeditar a festa e conseguiu reunir os apoios da junta de freguesia, da câmara e da paróquia vila-franquenses, da Companhia das Lezírias (em cuja propriedade se situa a ermida) e da Associação Recreativa e Cultural "Os Amigos de Samora".

Esta última organização vai ceder uma réplica que possui da imagem da Senhora de Alcamé, porque a ermida tem vivido várias vicissitudes na últimas décadas, com o roubo da própria imagem original e, mais tarde, da talha dourada que decorava o altar, património que nunca foi recuperado. Ana Serra, presidente do Rancho Folclórico de Varinos de Vila Franca, explicou que, na sua actividade como fotógrafa, já expôs vários trabalhos sobre Alcamé e que, enquanto descendente de campinos e de varinos - famílias de pescadores originários da zona da ria de Aveiro que se fixaram no Tejo -, há muito tempo que pensava na possibilidade de recuperar a romaria.

A Senhora de Alcamé é considerada a padroeira dos campinos e, também, em certa medida, dos varinos, que participavam normalmente na romaria. "As pessoas e entidades que contactámos aderiram muito bem à ideia. Verificaram que é um passo muito grande para recomeçar aquela tradição, que estava esquecida". Ana Serra possui um filme da última edição da Romaria de Alcamé, mas esclarece que "a festa não será igual" : "Em 20 anos as coisas modificaram-se, mas vai fazer-nos lembrar que existe ali a ermida e o culto da Senhora de Alcamé. Se não tiver algumas obras, a ermida vai-se degradando e pensamos envolver o mais possível as pessoas para angariar fundos para a recuperar".

A Companhia das Lezírias vai apoiar a iniciativa com a cedência do espaço, a presença dos seus campinos e de algum gado e a colocação de uma cópia do antigo retábulo no altar. No futuro, o rancho organizador gostaria de desenvolver mais a festa, reeditar o desfile que tradicionalmente a caracterizava e enriquecê-la com o transporte da imagem da Senhora de Alcamé num barco entre Vila Franca e a lezíria.

O programa para este ano prevê, na noite de domingo, uma recepção à imagem da Senhora de Alcamé e uma vigília de oração. Na segunda-feira, o convívio entre os participantes tem início às 11h00, seguido de piquenique, actuação do Rancho Folclórico de Alfarrobeira, missa (16h00), procissão em redor da Ermida de Alcamé e bênção dos campos e do gado. A partir das 17h30 haverá ainda lanche/convívio e uma actuação do Rancho de Varinos de Vila Franca.

Fonte Público

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