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Uma Mulher à Frente da Igreja Presbiteriana
2002-06-08 11:10:02

Pela primeira vez, uma mulher preside à Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal (IEPP), a mais importante e mais antiga comunidade protestante do país, com cerca de dois mil membros. Eunice Leite foi eleita pelo sínodo da sua igreja para o lugar de presidente da comissão executiva e entende esta escolha como o "reconhecimento de todo o trabalho que as mulheres realizam" na IEPP.



Esta é também a primeira vez que uma mulher está à frente de um grupo cristão em Portugal. Conhecida que é a impossibilidade de as mulheres ascenderem, por enquanto, à hierarquia católica, alguns grupos protestantes têm aberto a possibilidade de as mulheres também exercerem ministérios pastorais. Mas em Portugal, apesar de já haver algumas pastoras, ainda nenhuma delas tinha sido eleita para um cargo dirigente.

"Todas as igrejas deveriam reflectir na importância de a mulher ocupar lugares de responsabilidade a todos os níveis", diz ao PÚBLICO Eunice Leite, que ontem mesmo presidiu à primeira reunião da nova comissão executiva.

Para este mandato de três anos, Eunice Leite pensa intensificar alguns projectos da Igreja Presbiteriana no campo social. O acolhimento a imigrantes de Leste, com uma experiência concreta na Madeira, é um deles. Mas a colaboração, no campo social, com outras igrejas, também não está fora de causa. "Situações como a fome de milhares de pessoas em Angola não nos podem deixar indiferentes", afirma. E o testemunho das igrejas cristãs deve passar por serem capazes de criar dinâmicas conjuntas de actuação para problemas desse tipo.

Alargar o diálogo às bases
Também a formação, outras das preocupações para este mandato, pode ter acções com cristãos de outras proveniências. A este nível, Eunice Leite declara-se aberta à colaboração com os bispos católicos e com a Aliança Evangélica Portuguesa, a maior federação de grupos não católicos em Portugal. A IEPP está envolvida, no âmbito do Conselho Português de Igrejas Cristãs (Copic), que inclui as igrejas Lusitana e Metodista, em processos de diálogo institucional com os líderes católicos e evangélicos.

Passos concretos? Ao diálogo ecuménico entre protestantes e católicos, por exemplo, deve dar-se a sequência de uma declaração pública do mútuo reconhecimento do baptismo. "Há muitas pessoas nas bases que não sabem que o baptismo" de um protestante é reconhecido pela Igreja Católica e vice-versa. Por isso, torna-se urgente "transmitir e alargar às bases o diálogo que se faz entre as cúpulas", até porque não se pode "deitar a perder" o caminho que já se fez, seja com os bispos católicos, seja com os evangélicos.

Eunice Leite foi eleita no 59.º sínodo, a assembleia decisória da IEPP, que decorreu no último fim-de-semana, na Figueira da Foz, com meia centena de representantes das três dezenas de comunidades distribuídas pelo país.

Fonte Público

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