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Biógrafo Diz Que Papa Irá Até ao Fim
2002-06-06 10:03:41

O Papa João Paulo II está apenas a fazer "até ao fim o que se comprometeu a fazer" quando assumiu o cargo, no já distante Outubro de 1978, diz o americano George Weigel, autor de uma extensa biografia do Papa, publicada há dois anos em português.

"O que ele está a fazer é dizer que não há pessoas dispensáveis."

Weigel, agora de passagem por Portugal, esteve a última vez com João Paulo II em Novembro, no Vaticano. Nessa ocasião, achou-o em boa forma, já a aprender búlgaro para a viagem que acabou de efectuar em Maio. E é o Papa Wojtyla quem "continua a governar a Igreja", assegura Weigel. Mesmo se é certo que, nos últimos meses, a saúde se deteriorou. "A dificuldade está apenas na mobilidade", diz.

O que deveria espantar as pessoas, afirma o autor de "Testemunho de Esperança - A Biografia do Papa João Paulo II" (ed. port. Bertrand), é aquilo que Wojtyla "continua a fazer". O dia de trabalho normal continua a ter 14 a 16 horas e isso é que é espantoso numa pessoa com 82 anos e os problemas de saúde que o Papa tem, acrescenta.

Estas apreciações levam o biógrafo a dizer que João Paulo II estará mesmo em Toronto, no próximo mês de Agosto, para a Jornada Mundial de Juventude. O Papa "está profundamente empenhado" em ir. E são conhecidas as manifestações de rejuvenescimento de que Wojtyla dá mostras quando se encontra com multidões e, de um modo especial, com jovens. Já quanto à ida ao México e à Guatemala, imediatamente antes da deslocação ao Canadá, as coisas podem ser mais complicadas.

Também uma nova viagem à Polónia, poucas semanas depois de Toronto, está já nos planos de João Paulo II. O convite para esta viagem foi feito, um pouco a medo, pelo Presidente polaco, Aleksander Kwasniewski. A viagem poderia ser difícil para Wojtyla, admitiu Kwasniewski, na audiência. Mas o Papa terá respondido: "Prefiro estar fora do Vaticano que cá dentro." Assunto resolvido.

E poderia João Paulo II ir à Polónia despedir-se como quem se prepara para morrer? Já há três anos, quando foi, pela sétima vez enquanto Papa, em viagem ao seu país natal, essa viagem foi encarada como a despedida. Afinal, se se concretizar a visita de Agosto, será a ocasião de um novo adeus. Weigel não acredita que Wojtyla desista de lutar após essa viagem. "Não se pode dizer quando é que ele morre. Esta atitude [de João Paulo II] tem que ser entendida em termos religiosos. Trata-se de um compromisso que o Papa tomou, de gastar a sua vida a servir a Igreja."

A resignação, volta e meia aflorada por algumas pessoas como uma saída, também é contestada por Weigel. "Tem que se escrever sobre alguma coisa" e esse é um tema que a comunicação social gosta de abordar, diz o biógrafo. Que critica ainda as televisões por, muitas vezes, só passarem as imagens de quando o Papa está pior ou mais debilitado.

Weigel esteve em Lisboa a convite da Associação Cristã de Empresários e Gestores, tendo ontem feito uma conferência sobre o pensamento sócio-económico nos documentos do Papa.

Fonte Público

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