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Bispos Bascos Contra Ilegalização de Batasuna
2002-06-02 00:32:39

Numa carta pastoral assinada pelos bispos de Bilbao, San Sebastian e Vitória, os responsáveis das três dioceses do País Basco manifestaram a sua oposição a uma futura ilegalização de Batasuna, a formação considerada como braço político da ETA.

O texto assinado pelos bispos Ricardo Blásquez, Juan Maria Uriarte e Miguel Asurmendi critica a nova lei dos partidos políticos - que possibilita pôr fora do jogo democrático as organizações que defendam o terrorismo, a xenofobia e apoiem a violência -, e foi duramente criticado pelo Governo espanhol. Por seu lado, a Conferência Episcopal de Espanha afirmou só ter conhecido o documento após a sua divulgação.

"Não podemos prever todos os efeitos da aprovação e aplicação da lei", assinalam os prelados de Euskadi referindo-se à nova legislação. No entanto, sublinham: "temos preocupação por algumas consequências sombrias que admitimos como prováveis, sejam quais forem as relações entre Batasuna e ETA". Na carta pastoral intitulada "Preparar a paz", aqueles prelados consideram que "a convivência já gravemente alterada" se agravará caso o braço político etarra seja ilegalizado: "a divisão e a confrontação civil serão mais agudas".

Os três bispos de Euskadi apelam também à transferência para prisões bascas dos etarras presos em cárceres espanhois. Fazendo-se eco das posições do nacionalismo tradicional e radical perante a lei aprovada por 93 por cento do Parlamento espanhol, a hierarquia eclesiástica de Euskadi teve o apoio de Batasuna e do Partido Nacionalista Basco.

Já o Governo de Madrid, através de uma declaração, considerou a carta pastoral como "um compêndio da argumentação nacionalista contra uma iniciativa democrática apoiada pela esmagadora maioria dos deputados". O Executivo espanhol considera ainda que a pastoral "defende a total impunidade de Batasuna, sejam quais forem as suas relações com a ETA". Perante estas acusações governamentais, a Conferência Episcopal espanhola afirma nada ter a ver com a posição dos bispos das três dioceses bascas e anota que o documento condena o terrorismo, para o qual, refere, "não há nenhuma justificação moral, jurídica ou política".

Fonte Público

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