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Igreja defende combate à corrupção
2002-05-21 08:52:53

Combater a corrupção pública e privada, incluindo a lavagem de dinheiro do narcotráfico, através da promoção de uma ética de responsabilidade nos negócios, são prioridades do mundo actual, defenderam os representantes da Igreja Católica da América Latina, Caraíbas e Europa, reunidos num Congresso Social que se realizou em Madrid.


Este encontro revestiu-se de uma relevante importância simbólica por ter decorrido nos dias que antecederam a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo que ontem terminou.

Os responsáveis hierárquicos constataram a crise de valores que está a instalar-se nesta "nova época da humanidade", considerando por isso indispensável uma busca de valores que se adequem à realidade do Estado de Direito.

Frisando que tanto a Europa como a América Latina e Caraíbas enfrentam uma miséria que parece não ter fim - violência, terrorismo, tráfico de estupefacientes, corrupção, e até instabilidade política - os prelados defenderam um "sim" à globalização guiado para valores comuns. "O mundo tem de olhar para um mesmo futuro", disseram em comunicado.

O encontro com mundos tão diferentes deve começar a desenvolver-se. Neste sentido, o Congresso Social reflectiu sobre os desafios políticos, económicos e sociais mais urgentes. A conclusão aponta para novas e essenciais necessidades sócio-económicas, sobretudo no que se refere à "luta contra a pobreza e à criação de postos de trabalho dignos e de salários justos".

Estes representantes da Igreja defenderam ainda que os Estados devem "combater a corrupção pública e privada, incluindo a lavagem de dinheiro do narcotráfico". Com esta afirmação, apelaram a que se comece a trabalhar no "congelamento do dinheiro que provém da droga, o qual geralmente permanece nos bancos norte-americanos e europeus".

Outro cuidado a ter para "aprofundar o processo de humanização" é o de se trabalhar "em favor das minorias mais desprotegidas e a lutar contra as formas modernas de escravidão e tráfico de seres humanos". Tem de se respeitar a vida e lutar contra todos os "violadores dos direitos humanos". Se a União Europeia defende o Tribunal Penal Internacional, como a condição para uma "democracia humanitária", os bispos advogam uma maior aproximação da teoria judicial à realidade social.

Sem a solidariedade, disseram os prelados, "a globalização não será outra coisa senão o rosto reconhecido do mais forte sobre o mais débil, do mais rico sobre o mais pobre, do norte sobre o sul".

Neste sentido, a contribuição da CELAM (Conferência Episcopal Latino-Americana) e da COMECE (Comissão Episcopal da Comunidade Europeia) será a de tentar tornar os diferentes mundos num só, respeitando a "necessidade de uma nova articulação entre as nações e grupos regionais". Por isso, os bispos vaticinaram uma "utopia dos fins", em que os diferentes mundos começarão a dar passos em função do equilibrio, com um único objectivo: o bem de todos, em função de todos, para todos.


Fonte DN

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