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SEMANA DA VIDA
2002-05-19 11:56:20

Nota da Comissão Episcopal da Família:

A Semana da Vida vem sempre em cada ano ao nosso encontro. O seu clima é a Primavera, expressão da vida que enche e percorre o universo e o tempo pascal a celebrar e cantar a vitória da vida na pessoa de Jesus, Salvador e Redentor do homem.

Desta vez, depois do fatídico dia 11 de Setembro, das guerras convencionais a multiplicar-se, da explosão ameaçadora do terrorismo, de propostas de morte até entre nós em relação às crianças no seio das mães em milhares de cartazes a dizer a toda a gente que o aborto não é crime, o amor à morte (necrofilia), em vez do amor à vida (biofilia), torna-se deveras preocupante. É urgente, por isso promover, defender, amar, exaltar e cantar a vida.



A vida é, de facto, um grande valor humano, o valor por excelência, o mais importante de todos os valores. Sem a vida tudo o mais perde significado.

Para além de humano, a vida é também um valor divino, porque é dom que nos vem do próprio Deus, fonte da vida.

É desta perspectiva que nasce e se impõe a responsabilidade pela vida que ela traz consigo. Neste ano queremos especialmente sublinhar, na Semana da Vida, esta responsabilidade em relação à nossa vida pessoal, à vida de cada um dos nossos semelhantes, sem qualquer excepção.

A responsabilidade pela vida é revelada pelo próprio Deus. No primeiro atentado à vida que a Bíblia nos refere, foi assim que Ele se dirigiu a Caim: «Onde está o teu irmão Abel? Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até mim» (Gen 4, 9-10).

A vida humana comporta esta responsabilidade. É assim toda e qualquer vida humana e em cada momento da existência. Responsabiliza-nos em cada dia. Compromete-nos sobretudo quando está ameaçada ou fica em perigo e ainda mais quando criminosamente ela é arrebatada a qualquer ser humano.

Queremos, pois, chamar a atenção muito em especial para situações concretas e infelizmente comuns entre nós que implicam graves responsabilidades em relação à vida humana.

Lembramos, entre outras, o risco que correm vidas sem conta nas nossas estradas, as vidas em crise de doentes, feridos, em situações limite nos nossos hospitais e noutros lugares de socorro, as vidas expostas a perigos graves, em tantos lugares de trabalho, as vidas em ambientes degradados que vão minando gravemente a saúde das pessoas e as levam à morte.

Destas situações somos todos responsáveis. Todos, isto é, os que andamos pelas nossas estradas (condutores e peões), os médicos, enfermeiros, técnicos e todos os responsáveis da saúde, os empresários e empregadores de pessoas, bem como aqueles que degradam os nossos ambientes ou disso são causa.

Amortecem a responsabilidade em relação à vida nomeadamente o egoísmo e exibicionismo, o espírito de competição, a falta de atenção, a superficialidade e incompetência, o lucro e interesse a todo o custo, o comodismo.

Pelo contrário, o que pode estimular essa responsabilidade são sobretudo um conceito exacto da vida, o respeito pela pessoa e dignidade humana e seus direitos fundamentais, o amor entranhado a todo o ser humano, a fé profunda no Criador e Redentor do homem, uma visão exaltante da boa nova e do evangelho da vida.


Viseu, 19 de Março de 2002, Festa de S. José

† António Monteiro, Bispo de Viseu
Presidente da Comissão Episcopal da Família


Fonte Ecclesia

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