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Os escritos tardios de Lúcia
2002-05-12 09:58:45

Das três crianças videntes, Jacinta, Francisco e Lúcia, esta última é a principal responsável pela documentação que hoje existe sobre as aparições e sobre a chamada Mensagem de Fátima, que inclui o Segredo dividido em três partes.

Ela, segundo os relatos, era normalmente a escolhida para ouvir as palavras da Virgem e, encontrando-se ainda viva, foi pondo por escrito ao longo dos anos tudo aquilo de que se recordava dos acontecimentos de 1917, e não só. Na verdade, há pormenores da Mensagem que, segundo Lúcia, lhe foram revelados mais tarde.

Neste sentido, quando se referem à documentação sobre as aparições, os estudiosos costumam referir dois momentos distintos: o de Fátima I, documentada sobretudo pelos interrogatórios das autoridades às crianças - realizados logo após as aparições; e o de Fátima II, documentada com os escritos posteriormente elaborados pela própria Lúcia.

Estes começaram a ser redigidos a partir de 1922, a pedido das autoridades eclesiásticas, depois de a vidente se ter ausentado de Aljustrel para abraçar a vida religiosa. No início, eram apenas breves descrições sobre o fenómeno. Mais tarde, encontrando-se já em Espanha, integrada na Congregação das Doroteias, ela própria disse que recebeu revelações complementares da Mensagem, ao que o bispo de Leiria lhe pediu que as transcrevesse. É nesta altura, entre 1925 e 1930, que refere a devoção dos primeros sábados e pedido de consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria.

Entre 1935 e 1941, novamente anunciou que guardava ainda algumas recordações dos factos. Instada a redigi-los, surgem quatro novos escritos que são agora conhecidos por Memórias. Aqui se revelam as duas primeras partes do Segredo de Fátima: a visão do inferno e a devoção ao Imaculado Coração de Maria como meio para alcançar a paz.

Durante a II Guerra Mundial, a vidente volta a a informar que tem outras recordações dos acontecimentos e da sua Mensagem. E foi precisamente em 1943 que escreveu a terceira parte do Segredo, igualmente a pedido do bispo da diocese de Leiria.

Entre Fátima I (interrogatórios e processos) e Fátima II (escritos de Lúcia, com especial referência às Memórias) há dados que surgem numa documentação e não noutra e, por vezes, com contradições. Por exemplo, no interrogatório de 1917 a figura de Francisco aparece quase despercebida. Nas Memórias, Lúcia considera que foi ele quem mais interiorizou o mistério do Segredo. O conteúdo deste também não consta nos textos de 1917, assim como as aparições do Anjo. De qualquer modo, a Igreja fez desses escritos uma leitura mais teológica do que histórico-crítica, considerando-os, por isso, um valor acrescentado à revelação.


Fonte DN

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