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Papa apela à paz e tolerância
2002-05-08 00:36:48

Histórica, mas dramática, a visita de João Paulo II a Ischia, a primeira de Karol Wojtyla, e de um Papa, a esta ilha mágica e mística do Golfo de Nápoles, por onde S. Paulo passou, quando, como prisioneiro em 64 d.C., se dirigia à capital do Império Romano.


Uma visita pastoral desejada, mas difícil, extenuante, mesmo que dure apenas um dia, para um Papa cada vez mais debilitado, com dificuldades em pronunciar certas consoantes, em se mover, com uma respiração ofegante, que o microfone não pôde esconder. O passo continua incerto e o equilíbrio precário, sempre apoiado pelos cardeais Stanislao (secretário particular) e Marini, o mestre-de-cerimónias.

Nesta viagem de grande significado - ocorreu nas vésperas do 21.º aniversário do atentado à sua vida na Praça de S. Pedro - o Sumo Pontífice falou de paz, tolerância e respeito por todos.

Uma viagem para, com os jovens, rezar pela paz na Terra Santa, para encorajar o rosário neste mês de Maio, para implorar à Virgem, como Rainha da Paz.

Com voz segura, mas dificuldade na leitura, o Papa recomendou doçura e respeito ao acolher os estrangeiros (emigrantes ou turistas), nesta ilha, salientando que o saber escutar e acolher são a porta para amar o próximo.

"Quando nos sentimos amados é mais fácil amar, e é deste amor que a humanidade precisa. E é a fé férrea neste modo de amar o próximo e Deus que inspira aos discípulos de Jesus, em todas as épocas. Tal é impossível segundo a lógica do mundo, mas tudo se torna possível a quem se deixa transformar pela graça do Espírito Santo, penetrada com o baptismo nos nossos corações", disse ainda o Papa.

"Vivemos nestes dias a jóia da Páscoa. O meu pensamento está com os nossos irmãos orientais, que hoje celebram a festa de Páscoa, segundo o calendário ortodoxo. Unimo-nos à jóia desta Páscoa, pedindo ao nosso comum Senhor para que em breve, todos os cristãos possam sentir a alegria da união plena", declarou o Papa durante a oração Regina Coeli.

Nos Estados Unidos, entretanto, as questões relacionadas com os casos de pedofilia avolumam-se. A diocese de Boston anunciou que não tem fundos suficientes para chegar a um acordo extrajudicial com 86 queixosos contra John Geoghan, um dos seus ex-padres, por abusos sexuais.

Assim, resta o caminho dos tribunais, e, ao contrário do que durante décadas aconteceu, em que os casos de abuso foram resolvidos por acordos extrajudiciais, esperam-se agora revelações, condenações e prisões.

Mas nem todas as supostas vítimas de abusos sexuais vão levar os processos a tribunal. Um juiz de Nova Jérsia decidiu que a lei sobre denúncia de crimes sexuais estabelece um prazo de cinco anos para os queixosos se manifestarem, caso contrário, os casos prescrevem, a não ser que tenham existido circunstâncias extraordinárias que impeçam a denúncia. É um alívio temporário para a diocese em questão, que tem processos contra pelo menos 15 padres e vários outros funcionários eclesiásticos que durante os últimos 30 anos terão abusado sexualmente das crianças e adolescentes.

Entretanto, o padre John Shanley detido em San Diego (Califórnia), sob acusações de abusos sexuais, será esta semana extraditado para o Massachusetts para ser julgado. A diocese de Boston entregou aos advogados documentos totalizando mais de 1600 páginas sobre as actividades sexuais de Shanley enquanto lá esteve, que vão juntar-se à actividade pública que desenvolveu advogando os prazeres do amor entre homens e rapazes. É neste ponto que entra a responsabilidade desta diocese, pois apesar de as actividades sexuais de Shanley serem conhecidas pelo menos desde 1967, quando o padre se mudou para a Califórnia levou consigo uma carta de recomendação atestando o seu "bom comportamento".

Uma parte da opinião pública aponta como razão para o comportamento dos padres a existência de homossexualidade entre o clero. Outros dizem ser a regra do celibato, estabelecida há 900 anos, a verdadeira responsável pelo multiplicar de escândalos.

Fonte DN

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