paroquias.org
 

Notícias






Bispos norte-americanos prometem prevenir do mais que remediar
2002-04-28 16:12:18

João Paulo II foi muito claro nas palavras que dirigiu, na passada terça-feira, aos cardeais e bispos dos Estados Unidos a América e da Cúria, a propósito de padres norte-americanos acusados de pedofilia.


Para o Papa, a pedofilia é um "crime na sociedade" e um "pecado horrorosso aos olhos de Deus". Lamentou que alguns bispos norte-americanos, "por falta de conhecimento da natureza do problema, tenham tomado decisões erróneas".
Segundo João Paulo II, o que aconteceu nos Estados Unidos da América (EUA) e noutros países, é "sintoma grave de uma crise que está a afectar não só a Igreja, mas a sociedade no seu conjunto", uma "profunda crise de moralidade sexual, inclusive das relações humanas" e cujas primeiras vítimas são a família e os jovens.

Impedimento
Sem papas na língua, o Papa diz que "não há lugar no sacerdócio e na vida religiosa para os que magoam os jovens".
Ficou claro, como se lê nas conclusões daquele encontro em Roma, que os cardeais e a presidência da Conferência Episcopal norte-americana entendem que "o abuso sexual de menores é justamente considerado pela sociedade como um crime e um grave pecado aos olhos de Deus, em particular quando praticado por sacerdotes e religiosos".
Também concluíram que é necessário manifestar às vítimas e suas famílias "um profundo sentido de solidariedade" e "ajudá-las a recuperar a fé".
Reconheceram que não há relação entre celibato dos padres e dos religiosos e pederastia e, por isso, reafirmaram o "valor do celibato sacerdotal como dom de Deus à Igreja".
Decidiram a realização imediata de visitas apostólicas aos seminários norte-americanos, para avaliação tão correcta quanto possível da "idoneidade dos candidatos ao sacerdócio".
Os escândalos de uns não podem generalizar-se a todos, como reconheceu o Papa - "uma grande obra de arte foi manchada, mas conserva a sua beleza". Por isso, os bispos e cardeais dos EUA também reconhecem e agradecem o rico património de evangelização que a Igreja Católica é credora naquele país.
Os cardeais e bispos norte-americanos, reunidos em Roma, enviaram também uma carta aos sacerdotes dos EUA, na qual reconhecem o Òpesado fardo e a vergonha que carregam devido a alguns que traíram a graça da ordenação, abusando de quem lhes tinha sido confiadoÓ. Lamentam também que os bispos não tenham sabido prevenir a Igreja de tais escândalos.
A duríssima prova vivida pela Igreja Católica nos Estados Unidos da América pode ser uma boa ocasião para rever caminhos mal andados e descobrir caminhos por andar, numa renovação profunda para a reconquista da coerência e da credibilidade do testemunho evangélico.

Prevenção
Os católicos norte-americanos, a começar pelos mais altos responsáveis da hierarquia, estão chamados à humildade, que exigirá um pedido formal de perdão pelos erros graves de alguns padres que abusaram sexualmente de menores, e muita coragem para tomar decisões adequadas que evitem tais escândalos. Só a purificação da Igreja, como aliás insistiu o Papa, poderá ajudar a compreender e enfrentar a crise que afecta a Igreja Católica e a própria sociedade.
Depois de Roma, espera-se que a reunião da Conferência Episcopal norte-americana, agendada para 13 a 15 de Junho próximo, em Dallas, leve os bispos dos EUA a medidas muito concretas para prevenir novas crises.


Fonte JN

voltar

Enviar a um amigo

Imprimir notícia