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Padres e bispos podem ser estrangeiros
2002-04-28 15:09:12

Entre os diversos temas que foram motivo de reflexão em Fátima, nas X Jornadas de Direito Canónico, os participantes defenderam que os párocos e os bispos a nomear para as paróquias e as para as dioceses podem ser de outra nacionalidade, além da portuguesa. Sobre esta questão, Saturino Gomes, director do Centro de Estudos de Direito Canónico e da Faculdade de Teologia da Universidade Católica, recordou, em jeito de conclusão do encontro, o carácter universal da Igreja para corroborar a opinião manifestada pelos participantes no encontro.


O mesmo representante das jornadas fez questão de frisar a opinião pessoal que ali retomou o arcebispo de Braga D. Eurico Dias Nogueira, sobre os capelães das Forças Armadas. O prelado considera que os membros da Igreja ao serviço dos diversos ramos militares "não deviam ser graduados". De algum modo os padres passam a dever obediência a duas entidades: a Igreja e a instituição militar. Por isso deviam prestar o serviço religioso apenas como membros da igreja.

Também "não faz sentido que o Estado se pronuncie sobre a nomeação dos bispos", concluíram no mesmo curso que se realizou esta semana. Assim, defenderam a alteração do artigo nono da Concordata, justificando que "a Igreja não é chamada a manifestar-se na momeação dos políticos".

Por estas e muitas outras questões que estão a ser discutidas entre o poder político e a comissão da Igreja Católica, presidida pelo Núncio Apostólico, os responsáveis pela organização destas jornadas vão fazer chegar o sentido do debate realizado este ano, de modo a alcançar um acordo abrangente na revisão da Concordata, mas em que os princípios consignados sejam devidamente especificados.

A vontade assumida por oradores e restantes participantes não assumiu grande novidade. "Em geral houve convergência" entre as opiniões ali expressas e as que a Igreja Católica já manifestou, relativamente às diversas áreas que levaram a debate nesta semana, como a educação, o ensino superior, a disciplina de religião e moral nas escolas do Estado, explicou Saturino Gomes.

Querem que tudo seja especificado para que "não se fique dependente do arbítrio de qualquer partido que venha a assumir o poder", frisou Saturino Gomes, que, a título de exemplo, citou o caso da "equiparação" da Universidade Católica às privadas, na vigência dos últimos governos, quando o seu estatuto era diferente do destas últimas.

Fonte DN

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