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Cardeais norte-americanos querem discutir o celibato
2002-04-23 18:27:18

Acabados de chegar a Roma, os cardeais norte-americanos que vão reunir-se, hoje e amanhã, com altos responsáveis do Vaticano e cujos trabalhos serão "seguido de perto" pelo próprio João Paulo II, fizeram saber que esperam um "sinal forte" do papa sobre a "terrível situação" provocada nos Estados Unidos pelo escândalo dos padres pedófilos.


Um dos sinais esperados será a autorização do papa para iniciar um diálogo aberto sobre o celibato dos padres e sobre outras questões polémicas como é a ordenação de mulheres sacerdotes. A hierarquia católica norte-americana espera ainda que o Vaticano adopte critérios claros sobre a conduta a seguir com os padres homossexuais.

Temas polémicos
O facto de que a reunião vai abordar temas muito polémicos é já dada como uma certeza por vários cardeais norte-americanos. J. Francis Stafford, presidente do Conselho Pontifício para o Laicos, confirmou que entre os temas a abordar estará, para além do celibato, a possibilidade de estabelecer controlos que evitem o acesso de homossexuais ou sacerdócio e a ordenação de mulheres. Também o cardeal de Los Angeles, Roger Mahoney, se mostrou favorável à discussão aberta destas questões, habitualmente tratados com alguma reserva pelo Vaticano.
Esta posição da hierarquia norte-americana contraria, porém, a doutrina do celibato defendida por João Paulo II que, ainda no passado sábado, numa audiência com bispos nigerianos, afirmou que o celibato deve ser "uma dádiva completa ao Senhor e à Igreja" e que
a sua importância deve ser "atentamente salvaguardada".
Porém, o objectivo primordial do encontro que se prolonga até amanhã e a resolução da crise provocada pelos padres pedófilos nos Estados Unidos. E, sobre este assunto, os responsáveis da igreja norte-americana mostraram-se muito unidos quanto à necessidade de uma acção urgente que enfrente o problema de uma forma firme.

Reconhecimento
"Nós estamos aqui e espero que possamos voltar esta página", afirmou o cardeal Theodore Edgar McCarrick, arcebispo de Washington, que acrescentou que espera, tal como os seus restantes colegas, que o Vaticano "reconheça aquilo que fazemos nos Estados Unidos, namaior parte das dioceses: afastar os padres postos em causa e apoiar as vítimas e as suas famílias".
O único aspecto em que os cardeais norte-americanos estão divididos diz respeito à demissão do cardeal Bernard F. Law, acusado de "silêncio culpado" sobre as faltas cometidas por alegados padres pedófilos na sua diocese.

Fonte JN

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