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Mulheres de sucesso
2002-04-17 12:23:08

Um recente estudo realizado nos Estados Unidos revela que metade das mulheres de “grande sucesso” não têm filhos. Trata-se de quadros superiores de universidades, empresas, hospitais e gabinetes de advocacia.

As pessoas em causa não foram proibidas de casar ou de terem filhos. Apenas os apelos do triunfo na profissão obrigaram-nas a escolher esse modo de vida. Sem casamento e sem filhos tornam-se altamente rentáveis, com todas as energias físicas e espirituais voltadas para o êxito do lar que escolheram: a empresa.
Uma primeira reacção olha para este facto como simples decadência: a vocação específica da mulher coloca-se ao serviço do seu triunfo pessoal, esquecendo a dimensão comunitária. A nenhuma se perguntou se faz ou não sentido o celibato ou a vida consagrada por um ideal ou uma causa. Para o referido estudo não importou saber se a empresa e o êxito profissional são “uma causa”. Sabe-se que são algo que merece, no universo das intervenientes, o melhor das suas vidas: o coração, fonte primeira de cada existência e propulsor da própria vida.
Se estas mulheres pertencem a um escalão social elevado que lhes paga “o sacrifício da maternidade”, muitas outras percorrem caminho idêntico sem compensação nem glória. Ou então a profissão “ aluga-as”, ainda que a vencimentos baixíssimos, que jamais pagarão o preço eleva-díssimo da maternidade que acumulam com o trabalho profissional.
A resposta a estas questões não se encontra na enumeração abstracta de princípios óbvios, mas na reflexão profunda do lugar do trabalho, da realização pessoal, do sucesso, da consagração a uma causa. Do homem e da mulher. O trabalho humano está repleto de dignidade e merece o melhor de cada um como prolongamento do primeiro dia da criação. O que se questiona é o mecanismo de querer comprar a qualquer preço a dignidade primeira da mulher. Até porque, muitas vezes, a mulher tem melhor preparação técnica que o homem e uma inteligência emocional mais capaz de compreender o todo de cada situação.
Trata-se pois de separar aquilo que escraviza daquilo que liberta.

Pe. António Rego


Fonte Ecclesia

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