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Oração sob vigilância
2002-04-17 12:13:36

O objectivo anunciado não podia ser mais louvável: juntar judeus, islâmicos e católicos numa oração pela paz no Médio Oriente.

A iniciativa partiu da comunidade israelita de Lisboa, que abriu a sua sinagoga (curiosamente intitulada "Portas da Esperança") às outras duas confissões religiosas. Lado a lado, o rabino Vaknin e o imã Sheik Munir sublinharam que o diálogo é possível.
À distância e sobretudo num contexto completamente diferente do que se vive em Israel e na Cisjordânia, a iniciativa acaba por ter um peso relativo, mas indispensável para a multiplicação de sinais de diferença e de pressão na comunidade internacional. Por issomesmo é difícil perceber que, tratando-se de uma oração pela paz, que transmitiu a mensagem de entendimento, tenha sido tão dificultado o acesso à sinagoga.
Confesso que tenho pouca paciência para paranóias securitárias, ainda para mais num país que no contexto internacional tem uma importância muito limitada. E entendo que nos pequenos gestos se decide tudo. Que para a entrada da sinagoga fossem destacados vários
polícias, percebo. Que a cada pessoa fosse exigida a identificação mediante apresentação do BI, ainda condescendo.
Mas que depois disso as malas e sacos fossem completamente virados do avesso, já não me parece tão aceitável. Ou que aos fotojornalistas fossem, além do mais, feitas 578 perguntas e remexido todo o equipamento. Não se busca a paz a partir da desconfiança não fundamentada. Ver perigos em todo o lado é o primeiro passo para gerar tensões.

Fonte JN

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