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Falta de verbas atrasa complexo paroquial
2002-04-15 14:32:04

Estacionamento caótico, acessos por concluir e centro paroquial por executar são alguns dos problemas que afectam a grandeza e
singularidade da igreja de Santa Maria, com a assinatura de Álvaro Siza Vieira, no Marco de Canaveses.


Faltavam poucos minutos para a missa das 11 horas e, no exterior do templo, todo o espaço circundante foi rapidamente ocupado por dezenas de automóveis. Estacionar era um quebra-cabeças.
«Eles (frequentadores da igreja) não têm respeito por nada. Quando alguém lhes diz para terem mais cuidado e colocarem as viaturas noutro lugar, recebemos respostas pouco católicas», disse, ao JN, um responsável da paróquia de Santa Maria de Fornos.

Sonho por cumprir
Seis anos após a inauguração, a Comissão da Fábrica da igreja ainda não tem verbas para levar por diante a construção da capela mortuária e o arranjo paisagístico.
Segundo o projecto elaborado por Álvaro Siza Vieira, está prevista a construção de um auditório, salas para catequese, casa paroquial e diversas estruturas de apoio.
O empreendimento será financiado pelo Governo (cerca de 186 mil euros) e pela Câmara Municipal do Marco de Canaveses (100 mil euros) mas, segundo o padre Fernando da Silva, as obras apenas deverão começar no próximo Outono.
«Temos expectativas que a empreitada arranque ainda este ano. A igreja é uma mais-valia artística e arquitectónica para o concelho. Como tal, tudo deverá ser feito para honrar a classificação de património cultural», lembrou, ao JN, o sacerdote de Santa Maria de Fornos.
Homem de fé e crente em dias melhores, o padre Fernando Silva deposita grandes esperanças nos poderes públicos e confessa que a «habitação da eternidade» só ficará concluída quando proceder à benção das novas instalações.
«A igreja é muito visitada e todos os dias recebemos elogios sobre as suas linhas arquitectónicas. Ficamos, naturalmente, muito contentes, mas o complexo paroquial tem de arrancar o mais rapidamente possível», admitiu.
A tesoureira da Comissão Fabriqueira, Alzira Vieira, também mostrou preocupação pelo atraso nas obras. «O Centro Paroquial é muito importante para a comunidade local. A empreitada é imprescindível para que as nossas crianças tenham acesso a um espaço de convívio e possam receber as aulas de catequese. A paróquia precisa de um local de reflexão», adiantou.
Enquanto tal não sucede, o pároco de Santa Maria de Fornos vai pressionando os "outros poderes" para darem cumprimento às promessas de financiamento e admite que o centro paroquial deverá ficar pronto em 2004.
Alheios ao caos, os turistas entram na nave do templo e vão fotografando as enormes paredes brancas, o altar em pedra, o sacrário de cerejeira revestido a prata, a cruz com quatro metros de altura.
«É uma peça única. Estou muito comovido. Nunca tinha admirado uma igreja assim», comentou um
jovem, vindo de Berlim. A obra tem a assinatura do mais famoso arquitecto da Escola do Porto, mas os paroquianos não deram por isso.

Um templo
singular
e muito belo
É um templo religioso diferente de todos os outros. Por trás das paredes brancas e da arquitectura imponente, ergue-se um edifício apontado como uma referência da arquitectura moderna e dos emblemas do concelho. Por isso, o templo foi classificado como património cultural.
Outro motivo de contentamento tem a ver com o facto do edifício atrair cada vez mais gente e de, de ano para ano, milhares de estudiosos, vindos das mais diversas partes do mundo, com o objectivo de visitarem a singularidade da igreja de Santa Maria.
«O livro de registos aponta a existência de 20 mil visitantes por ano, mas muita gente vem cá e não menciona qualquer tipo de identificação», disse, ao JN, o padre Fernando da Silva.
A igreja é uma mais valia. «Ainda há dias estiveram cá diversos arquitectos vindos de Itália. Mas a igreja tem sido admirada por centenas de estudiosos oriundos da Espanha, França, Bélgica e Dinamarca. Até do Japão cá vêm observar a igreja», confessa o pároco local.
A igreja tem a assinatura de um dos mais famosos arquitectos portugueses da actualidade e toda a concepção arquitectónica do edifício foi pensada em moldes que rompem com o estilo tradicional da arquitectura religiosa.

Fonte JN

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