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Patriarca Deseja Nova Concordata "Dentro de Meses"
2002-04-14 12:43:01

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, espera que a nova Concordata esteja redigida dentro de pouco tempo. "Não sei se ficará pronta em meses ou anos, mas eu gostaria que fosse dentro de meses", afirmou o também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), cargo para o qual foi reeleito esta semana.

O patriarca falava na conferência de imprensa que assinalou o final dos trabalhos da assembleia plenária da CEP, que esta semana decorreu em Fátima.

Afirmando desconhecer o que o novo Governo pretende fazer em relação ao processo de revisão, D. José admite que mude a equipa de negociadores por parte do Estado português. Mas até agora, acrescentou, o trabalho tem corrido bem.

O prato forte desta assembleia episcopal acabou por ser o documento "Na Era da Comunicação Social", o primeiro texto de fundo dos bispos portugueses sobre o tema. Ontem mesmo, no final dos trabalhos da CEP, foi distribuída a carta pastoral que, diz o cardeal, significa "um passo de aproximação e uma síntese do caminho" feito até agora na reflexão da Igreja sobre o fenómeno em Portugal. Com o texto, os bispos pretendem afirmar a "estima dialéctica" pelos meios de comunicação e seus profissionais e "valorizar os elementos positivos" dos mesmos meios, de modo especial os de inspiração cristã.

Admitindo que o documento é "generalista", o presidente da CEP remete para o futuro posições sobre algumas questões concretas. Mesmo assim, o patriarca não deixou de se referir à polémica levantada a propósito do programa A Fé dos Homens, da RTP 2. A televisão pública quis renegociar o protocolo existente com as confissões religiosas, no que foi visto por estas como uma ameaça à continuação do programa. "Para mim, estava fora de questão acabar com o programa, que é fruto da Lei de Liberdade Religiosa, está legalmente integrado no serviço público e é a primeira experiência de diálogo inter-religioso em Portugal", afirmou D. José, para quem "a questão é interna à RTP".

No documento ontem divulgado, os bispos afirmam acalentar a "esperança" de ter uma presença televisiva no cabo embora, explicou o patriarca, não haja de momento qualquer projecto para tal. Fala-se dos "frutos inegáveis" da comunicação social, chama-se a atenção para os "atentados" que ela também comete "contra a verdade e o bem moral". Os "media" devem denunciar o que está mal, mas também "dar a conhecer e aplaudir o que está bem" e, mesmo, no tratamento do mal, os meios de comunicação devem ter em conta "a maturidade dos respectivos públicos, evitando quanto possível o que, em moral, se chama escândalo".

O texto alerta ainda para os riscos de fenómenos como a "concentração" ou a "concorrência", que pode levar à "tentação de aliciar" as massas com "produtos que as alienam". A formação de públicos, o papel moderador do Estado e a defesa do porte pago são assinalados no texto episcopal.

A reorganização da Conferência Episcopal e a nomeação de um novo presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz em Junho foram outros temas referidos pelo presidente da CEP. Que ainda falou da saúde do Papa, para afirmar que os debates sobre a eventual renúncia de João Paulo II é essencialmente um "debate de jornais", mas que revela a "importância simbólica e mediática que este Papa ganhou".

Fonte Público

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