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IGREJA CATÓLICA ATENTA A ACTUAÇÃO DO GOVERNO
2002-04-09 21:55:37

A igreja Católica está atenta à actuação do novo Governo, em especial nas áreas em que é "directamente interveniente" ou tem "particular interesse", disse ontem, em Fátima, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. José Policarpo, manifestando-se "intransigente para com corrupções e egoísmos".

O presidente da CEP, que falava na abertura da Assembleia Plenária, disse que o momento que a sociedade atravessa exige "análises claras dos problemas e das soluções", para além de "determinação e generosidade para as levar à prática". D. José Policarpo afirma-se "intransigente para com corrupções e egoísmos e recusa-se a "alimentar visões derrotistas e catastróficas, pois só a confiança e a esperança poderão mobilizar os portugueses para o esforço de solução dos problemas e para o progresso de Portugal". A Igreja Católica quer manter com o Estado uma relação "franca e colaborante" e lembra que "há capítulos" na vida nacional em que é "directamente interveniente ou a que dedica particular interesse", disponibilizando-se para dialogar e colaborar com os governantes. Os bispos esperam que o processo da revisão da Concordata, em curso, chegue ao fim "sem entraves nem conflitos" e estão "particularmente atentos" à solidariedade social para com os mais pobres e necessitados, à qualidade da educação e à aplicação da Lei de Liberdade Religiosa.

Diálogo

"O diálogo inter-religioso é um caminho prudentemente encetado pela Igreja Católica", disse D. José Policarpo, frisando que os bispos não podem ficar "calados quando vêm postas em causa", por motivos pragmáticos e economicistas, as primeiras concretizações significativas da convivência das diversas confissões religiosas, como aconteceu com o programa da RTP "A Fé dos Homens". "Nada do que diz respeito ao progresso espiritual e material da sociedade é indiferente" à hierarquia da Igreja Católica, que "respeita e colabora com todos os governos legítimos, independentemente da sua orientação partidária". A Igreja Católica relaciona-se de uma forma privilegiada com a sociedade, "mas quer manter com o Estado uma relação franca e colaborante", frisou D. José Policarpo. A situação no Médio Oriente também foi referida na abertura da CEP, com D. José Policarpo a considerar a Palestina um "exemplo dramático de como a violência e a guerra não são solução para os conflitos e problemas. Todos têm alguma razão, todos têm graves responsabilidades no conflito e todos têm o dever de lhe pôr termo". Em relação a Angola, o presidente da CEP salientou a contribuição da Igreja Católica para a resolução da guerra e a sua ajuda fraterna para a construção da paz.

Saúde do Papa

A "frágil saúde" do Papa João Paulo II foi também abordada pelo cardeal patriarca de Lisboa, que salientou o "exemplo heróico da sua coragem" ao manter a "normalidade do seu ministério apesar da fragilidade da sua saúde". Durante esta assembleia plenária, que se prolonga até quinta-feira, serão eleitos os novos órgãos da CEP, mas tudo indica que os actuais responsáveis serão reconduzidos nos cargos, à excepção das comissões episcopais em que os actuais dirigentes terminam agora o segundo mandato. Este "momento de eleições" oferece aos bispos a ocasião para uma reflexão sobre o funcionamento da CEP como "expressão máxima da unidade de todas as igrejas de Portugal" e de estudo de problemas e soluções de interesse para todas as dioceses. O presidente cessante disse que a CEP luta com a precaridade de meios disponíveis, em pessoas e recursos materiais, para a amplitude dos problemas que é chamada a estudar e analisar. A "agenda vasta" desta assembleia plenária inclui o estudo de um texto apresentado pela Comissão Episcopal das Comunicações Sociais.

Fonte CM

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