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Um Papa fragilizado apela aos poderosos
2002-03-31 20:06:59

Severamente tolhido pela artrose numa perna e pela frágil saúde, poupado a deslocações e movimentos pelos artífices do Vaticano que lhe construíram um altar especial e um estrado móvel, o Papa João Paulo II deverá concluir hoje a sua penosa semana pascal, com um apelo aos principais chefes políticos do Mundo para que não lavem as mãos da tragédia que ensanguenta a Terra Santa.


O tema do agravamento da crise no Médio Oriente e a urgência da paz, assim como a necessidade de uma atitude não demissionista por parte dos grandes dirigentes, deverão marcar a tradicional alocução papal à cidade e ao mundo («Urbi et orbi»).
Enquanto observadores esperam que o chefe da Igreja Católica peça aos dirigentes internacionais que se não comportem como Pôncio Pilatos, figura central na Paixão de Jesus e símbolo histórico da renúncia ao dever de intervir para evitar ou corrigir a injustiça,os cristãos testemunharão o que pode ser a derradeira cerimónia pascal de João Paulo II.
Ainda ontem as agências internacionais sublinhavam o carácter irreversivelmente precário da saúde do Papa e, vincando a necessidade de um altar e de um estrado móvel para facilitar-lhe os reduzidos movimentos, noticiavam, como se já não fosse previsível, que deveria «celebrar pessoalmente» as cerimónias pascais de ontem à noite e de hoje.
A notícia faz algum sentido, uma vez que João Paulo II, que deverá completar 82 anos em 18 de Maio, além da artrose que imobiliza a perna direita, sofre da doença de Parkinson. Anteontem à noite, pela primeira vez em 23 anos de pontificado, não foi capaz de prosseguir a pé as cerimónias da Via Sacra no Coliseu de Roma.

Vigília Pascal
Ontem à noite, à hora do fecho desta edição, o Papa deveria estar a presidir à Vigília Pascal, esperando-se que fosse transportado no estrado móvel e amparado por colaboradores entre o seu trono e o átrio da Basílica de S. Pedro, para acender o círio pascal e proceder à bênção do fogo.
De acordo com a previsão protocolar transmitida aos jornalistas, esperava-se que se levantasse apenas nos momentos liturgicamente mais importantes da cerimónia, de duas horas e meia de duração.
Entretanto, apesar de a recente decisão da Santa Sé de criar quatro dioceses na Rússia ter prejudicado uma aproximação ao Vaticano e de o próprio sublinhar a ausência de progressos no relacionamento, o patriarca ortodoxo de Moscovo e de todas as Rússias, AlexisII, enviou votos pascais ao Papa e aos outros chefes cristãos.

Fonte JN

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