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Sem padres não há missas
2002-03-29 12:33:53

Os leigos nunca poderão substituir os sacerdotes. Sem estes, não há Eucaristia e sem Eucaristia não há Igreja, defendeu D. José Policarpo durante a missa crismal na Sé de Lisboa, cerimónia que ontem abriu o tríduo pascal.


Tratando-se de uma celebração centrada no sacerdócio ministerial, o patriarca dedicou a sua homilia ao sentido teológico daquela opção de vida, defendendo que há confusões a combater, nomeadamente quando se "insiste que os leigos poderão assumir as responsabilidades dos padres", devido à diminuição do clero. Segundo o cardeal, as missões são diferentes, pelo que, "quanto mais os fiéis leigos se comprometem na missão da Igreja, mais precisam dos sacerdotes", afirmou. Neste sentido, lançou o apelo: "Queria pedir-vos queridos padres, um empenhamento decidido nas vocações sacerdotais".

Encontravam-se em seu redor cerca de 300 padres, mais de 150 acólitos e os seus três prelados auxiliares. Tantos concelebrantes originaram que a procissão inicial, desde o claustro até ao altar, durasse cerca de meia hora. E assistiu-se, depois, à habitual confusão dos lugares para cada um dos sacerdotes, diáconos e acólitos. Grande parte do povo ficou de pé, mas sem se mostrar importunado. Na verdade, eram pessoas que, na sua maioria, ou são funcionárias das várias instituições eclesiais ou, então, são familiares dos sacerdotes.

Embora em ambiente festivo, não deixou de se constatar que os escândalos que ultimamente assolam a Igreja eram também tema de conversa entre os sacerdotes. Em declarações ao DN, D. Manuel Clemente, bispo auxiliar de Lisboa, foi de opinião que não há motivo para as pessoas estarem apreensivas. No entanto, lançou o aviso: "Temos de estar atentos à nossa conduta", reconhecendo que se poderá começar a sentir algumas dificuldades no trabalho vocacional, cujo empenhamento foi pedido pelo patriarca durante a celebração.

O padre Peter Stilwell, por seu lado, considerou importante que o Papa tivesse manifestado a sua indignação com os padres acusados de pedofilia. "É bom que a Igreja não esconda o lixo debaixo do tapete", afirmou.

O clero mais jovem mostrou-se um pouco mais consternado. Segundo o padre Paulo Franco, vigário do arciprestado de Mafra, começa a sentir-se alguma preocupação entre os sacerdotes, pelo que, em sua opinião, a Igreja deve tentar resolver cada situação, e manter esclarecidos, no que à moral diz respeito, todos os que optam pelo ministério sacerdotal.

Para José Cruz, capelão do hospital da CUF, é essencial que a imagem exterior dos padres corresponda à vida íntima. "Não podem ter vida escura quando se espera que sejam luz", disse.

Para o padre João Seabra, tudo se reduz a mero sensacionalismo jornalístico. Em vez de emitir a sua opinião, tal como fizeram outros, lançou anátemas sobre a comunicação social. Lamentável, quando o próprio Papa, conforme ontem noticiámos, chamou à pedra os padres pedófilos, chamando-os de traidores.

Fonte DN

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