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Patriarca Preocupado com Falta Padres
2002-03-29 12:17:08

O cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, defendeu ontem o "carácter indispensável do ministério sacerdotal", posição que deve levar a Igreja Católica "a um empenhamento decidido e decisivo na pastoral das vocações sacerdotais".

E manifestou-se contra a ideia de que, no limite, a Igreja alguma vez possa passar sem o sacerdócio.

Falando na homilia da Missa Crismal, de Quinta-Feira Santa - a celebração em que todos os padres de uma diocese se juntam ao bispo e na qual são distribuídos os óleos para a administração do crisma -, o patriarca definiu a actual situação de escassez de padres como um "problema de grande importância para a vida da Igreja em todo o mundo" que, nos países de tradição cristã, se tornou "dramático devido à alteração do contexto social e à aridez religiosa causada pelo consumismo e secularismo".

Daí que D. José considere "necessário e urgente estruturar uma vasta e capilar pastoral das vocações, que envolva as paróquias, os centros educativos, as famílias". Para isso, o papel dos padres é decisivo, "pelo testemunho" da vida que dão ou "pela disponibilidade para acompanhar pessoalmente os jovens na sua caminhada de fé e de discernimento vocacional".

Confusão de papéis
D. José Policarpo manifestou-se ainda contra a confusão de papéis entre padres e leigos. Seria tão grave "ignorar" a noção teológica do sacerdócio de todos os crentes, "reduzindo a ideia de sacerdócio aos ministros ordenados, como supervalorizar o sacerdócio baptismal, comum a todos os fiéis, como se ele bastasse e a Igreja pudesse passar, ainda que em situação de limite, sem o sacerdócio ministerial". Essa confusão pode instalar-se na actual fase histórica, tendo em conta a diminuição do número de padres. "Quando se insiste que os leigos poderão assumir as responsabilidades dos sacerdotes, ou se dilui uma pastoral das vocações, insistindo apenas na vocação baptismal, comum a todos os fiéis, podemos estar perante os primeiros sintomas dessa confusão", afirmou.

À noite, na homilia da missa que assinala a Última Ceia de Jesus Cristo e a instituição da Eucaristia, o patriarca referiu-se à atitude fundamental do amor e do serviço dos responsáveis da Igreja, recusando a "confusão" que se verificou "sempre que se revestiu o ministério pastoral das honras e grandezas deste mundo".

Falando sobre a eucaristia como "fonte de caridade", o patriarca recordou os "cenários de grandeza humana" que "tinham sido erguidos para descrever o Messias-Rei", e que foram rejeitados por Jesus, para evocar a cena do "lava-pés": "Aqueles a quem os pés são lavados, isto é, que são o objecto da caridade divina do coração de Cristo, podem ser todos os homens e mulheres deste mundo: os pobres, os prisioneiros, os perseguidos, os jovens e os velhos, e até aqueles que são mais fiéis a Jesus".

Fonte Público

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