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Arcebispo Morto a Tiro na Colômbia
2002-03-19 12:12:49

Pistoleiros mataram sábado à noite na Colômbia o arcebispo de Cali, Isaías Duarte, que vinha denunciando todas as formas de violência no país e o narcotráfico. Em Roma, o Papa João Paulo II denunciou o "bárbaro assassínio".



O prelado, muito querido na sua diocese, tinha acabado de dizer missa e de casar setenta casais. Depois, tirou os paramentos, despediu-se das pessoas e saiu da Igreja do Bom Pastor da grande metrópole colombiana de 2 milhões de pessoas.

Ao entrar então no carro, na companhia de um outro padre - Joaquin Cortés -, dois sicários, ambos com cerca de vinte anos, segundo testemunhas citadas pelas agências, atingiram-no com seis tiros, pondo-se a seguir em fuga, explicou um porta-voz da Igreja local. Ainda foi transportado com vida para uma clínica, mas sucumbiria aos ferimentos.

O assassínio chocou a Colômbia, um país fortemente católico. "Que tristeza!", exclamou o candidato independente de direita às presidenciais de Maio, Alvaro Uribe, creditado com 60 por cento das intenções de voto. "Um crime horroroso!", disse por sua vez Horacio Serpa, que concorre ao sufrágio pelo Partido Liberal. "Uma profunda barbárie!", exclamou Noemi Sanín, a candidata centrista.

Em Roma, do Papa João Paulo II, classificou o assassínio como "bárbaro", louvou a coragem e a luta de Isaías Duarte e apelou aos colombianos para porem fim à onda de violência que assola o país.

"Pastor generoso (...) que pagou um elevado preço pela sua defesa enérgica da vida humana e a sua firme oposição a todo o tipo de violência", disse o Papa. João Paulo II exortou ainda os colombianos a "prosseguirem o caminho do diálogo, excluindo todas as formas de violência, chantagem e sequestro de pessoas".

Entre os muitos combates de Isaías Duarte, 63 anos, conta-se o que terçou pela libertação de mais de 150 pessoas raptadas, durante uma missa, pelo Exército de Libertação Nacional (ELN, de inspiração guevarista), no dia 30 de Maio de 1999, em Cali - foram todas soltas a seguir; e contra o dinheiro oriundo do narcotráfico nas campanhas de alguns candidatos.

O assassínio do arcebispo coincidiu com o regresso da guerra civil e da violência em larga escala ao país. E lembra, pelos motivos e as circunstâncias, o de outros prelados da América Latina, como o do arcebispo Óscar Arnulfo Romero, no dia 24 de Março de 1980, em El Salvador, o do cardeal Jesus Posadas Ocampo, em 24 de Maio de 1993, no aeroporto de Guadalajara, no México, ou o do arcebispo Juan José Gerardi, no dia 26 de Abril de 1998, na Cidade da Guatemala.

Entre sexta-feira e ontem, no âmbito do regresso dos combates entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - desde a ruptura do processo de paz, no dia 20 do mês passado - e o ELN, as forças governamentais colombianas mataram 28 guerrilheiros, de acordo com uma informação militar.

Fonte Público

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