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ESTE ANO VAI HAVER MENOS PADRES
2002-03-13 15:30:42

A crise de vocações voltou a assolar a Igreja portuguesa. Este ano, nas vinte dioceses do país, vão ser ordenados apenas 30 sacerdotes, menos 13 do que no ano passado e menos 22 do que no ano 2000.

Embora os responsáveis eclesiásticos assegurem que se trata de uma questão pontual, a verdade é que esta baixa no acesso ao presbitério, que é acompanhada também por uma redução significativa do número de matrículas nos seminários diocesanos, está a ser encarada com bastante preocupação por diversos sectores da Igreja. Para o arcebispo primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, a situação que se vive actualmente, ao nível das ordenações, não é, de todo, comparável à que se viveu na década de 70. "Nessa altura assistiu-se, de facto, uma crise vocacional bastante acentuada, provavelmente devido ao contexto político e social da época, mas logo na década de 80 e, muito particularmente, na década de 90, verificou-se uma notável recuperação no que toca às vocações sacerdotais e religiosas", disse ao CM D. Jorge Ortiga, acrescentando que, "excluindo a pontual quebra deste ano, vive-se actualmente um período de razoável estabilidade vocacional". Aliás, a contribuir decisivamente para a quebra deste ano, está o facto de, na arquidiocese de Braga, não se prever nenhuma ordenação sacerdotal, o que acontece pela primeira vez nos últimos 20 anos. Embora não seja a razão fundamental, o alargamento de um para dois anos do estágio pastoral, que os finalistas têm de realizar depois de concluído o curso de Teologia, é apontado como uma das causas para a inexistência de ordenações em algumas dioceses do país. É precisamente este o caso de Braga, na medida em que, se este ano nenhum padre vai ser ordenado, no próximo, ao que tudo indica, vão subir aos altares 13 novos sacerdotes. Outra questão que, por vezes, dita alguns adiamentos no acesso ao presbitério, é a idade dos candidatos que, segundo as determinações de Roma, não deve ser inferior aos 25 anos.

Problema a Sul

Se no ano passado as dioceses de Porto (12) e Braga (7) foram responsáveis por quase metade dos padres seculares ordenados, este ano o maior número de ordenações vai ter lugar nas dioceses de Lamego e Lisboa, com seis cada uma. O sacramento da Ordem vai também ser ministrado quatro vezes nos Açores, diocese de Angra do Heroísmo, três em Vila Real e duas nas dioceses de Viseu, Guarda e Porto. Para além das dioceses que este ano ficam em branco, Braga, Bragança, Viana do Castelo, Santarém, Aveiro, Coimbra, Portalegre e Castelo Branco, Évora, Funchal e Algarve, há três que, ainda este ano, ordenam um sacerdote: Setúbal, Leiria e Beja. Mas o grande problema, ao nível das vocações sacerdotais, continua a residir a sul do Tejo. Nas cinco dioceses que repartem este vasto território, vão ser ordenados apenas dois sacerdotes (um em Beja e outro em Setúbal) e, segundo as previsões, no próximo ano não vai ser ordenado nenhum. No entanto, pelas contas da Igreja, 2003 vai proporcionar uma colheita bem mais generosa do que a deste ano, prevendo-se a ordenação de 44 novos padres. De referir ainda que há quatro dioceses que, neste primeiro triénio do novo século, não inscreveram, ou vão inscrever, nos seus anuários qualquer novo sacerdote: Santarém, Portalegre - Castelo Branco, Évora e Algarve.

Fonte CM

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