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Papa na Rússia por via virtual
2002-03-04 17:55:40 Os católicos de Moscovo tiveram a possibilidade de entrar em contacto directo com o Papa, no passado sábado, através de uma "ponte" televisiva, que pôs em contacto Roma com Estrasburgo, Viena, Valência e Budapeste, além da capital russa.
Para as cerca de três mil pessoas que se apinhavam na igreja da Imaculada Conceição, em Moscovo, a importância do acontecimento não estava só no momento de oração e na possibilidade de poder fazer chegar a sua voz a João Paulo II, mas também no facto de que representava uma "visita virtual" do Papa que, devido à oposição da Igreja Ortodoxa, não pôde ainda deslocar-se a terras russas.
A transmissão, que tinha por tema "Os jovens e a Europa", iniciou-se com testemunhos pessoais vindos dos vários pontos ligados pela "video-conferência", e só cerca de uma hora depois o Papa entrou na aula Paulo VI e se inseriu na transmissão. O Sumo Pontífice rezou o terço em conjunto com os participantes e dirigiu uma breve saudação a cada uma das cidades.
O aplauso de quase um quarto de hora que se seguiu à saudação de João Paulo II aos russos, e o relevo dado a este momento pela direcção da transmissão _ organizada pelo canal Tele-Pace, do Vaticano _ não deixavam dúvidas de que a Rússia era o participante privilegiado da "tele-oração".
"Papa, Moscovo espera-te" continuava a ecoar da igreja moscovita, quando o João Paulo II deixava a sala da audiências. O arcebispo Tadeus Kondrusievich, recentemente nomeado metropolita da "província" que reúne as quatro dioceses russas, sublinhou, no final, que este tinha sido um momento de oração e, como tal, só pode ajudar ao diálogo entre as igrejas cristãs.
No entanto, o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexis II, disse à agência Interfax que a vídeo-conferência era mais um aspecto da "invasão da Santa Rússia" por parte da Igreja Católica.
As relações entre as duas Igrejas tornaram-se mais tensas depois da recente criação das dioceses católicas na Rússia e, aparentemente, afastou ainda mais a possibilidade de uma visita do Papa. Alguns observadores dizem, no entanto, que o Kremlin seria favorávelà vinda de João Paulo II, e não é de excluir que as actuais tensões acabem por se revelar propícias aos planos de Roma.
Fonte JN
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