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Canal Católico Português Pode Substituir Canção Nova
2002-02-28 22:54:15

Um canal português pode vir a substituir a TV Canção Nova (CN), do movimento carismático católico brasileiro que, desde Agosto, emite no canal 40 da TV Cabo.

O próprio bispo de Leiria, D. Serafim Silva, admitiu ontem ao PÚBLICO que está a estudar a "possibilidade de apoiar um canal português", projecto que está a ser encarado por um grupo de quatro católicos que, entretanto, falou já com o cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, sobre o assunto.

Se essa ideia ainda está para ser aprofundada, para mais breve pode estar o fim da produção portuguesa da CN. A emissão da CN passaria, assim, a ser feita exclusivamente a partir do Brasil, via satélite, abandonando toda a produção portuguesa. Ao longo dos últimos meses, o grupo brasileiro da CN terá tido "dificuldade em aceitar a produção portuguesa", como disse ao PÚBLICO José Horta e Costa, representante em Portugal, até 17 de Janeiro, da detentora da CN, a Fundação João Paulo II. Ontem, o PÚBLICO tentou ouvir responsáveis da CN sobre o assunto, sem resultados.

O grupo que está a reflectir sobre a eventualidade de um novo projecto é constituído, além de Horta e Costa, por Mário Pinto, professor da Universidade Católica e antigo ministro da República para os Açores, Pedro Pedroso, fundador do jornal "O Independente" e consultor da TVI, e Gonçalo Areia, ex-administrador da RTP e que esteve também ligado à Canção Nova.

Horta e Costa diz que, por enquanto, a ideia não é criar já um canal, mas "reflectir sobre o assunto", começando talvez por um centro de produção que, só após um ano ou dois, poderia evoluir para um canal. E o modelo seria mais baseado no voluntariado do que numa estrutura eclesial. Da conversa com o patriarca, Horta e Costa retirou o "incentivo e o convite a reflectir" sobre estas ideias.

Também a Rádio Renascença e a Logomedia (uma cooperativa de produção audiovisual que reúne várias instituições católicas) vinham já conversando sobre a hipótese de intervir no cabo. A Logomedia, que produz a parte católica do programa A Fé dos Homens, da RTP 2, poderia funcionar como "motor", colaborando a RR com a informação, conforme esclareceu ao PÚBLICO o administrador da Renascença, Magalhães Crespo.

As conversas, entretanto, ficaram à espera de melhores dias, depois do início das emissões da CN em Portugal. Magalhães Crespo admite que, no momento em que a RTP coloca a hipótese de deixar de pagar a produção de A Fé dos Homens, o reforço da Logomedia seria o caminho ideal. "Essa era a nossa ideia", diz. Mesmo assim, diz que está disposto a ouvir o grupo de José Horta e Costa, até porque qualquer projecto católico tem que ser "muito ponderado, para não haver aventuras", porque o "trauma da TVI é ainda muito grande". Horta e Costa também se diz disposto a conversar, também recorda que "há muitos católicos magoados com o projecto da TVI" e que a Igreja deve contar "cada vez menos com o encosto do Estado", numa alusão ao que se passa actualmente com o programa das religiões na RTP.

Várias fontes asseguraram ao PÚBLICO que o bispo de Leiria teria deixado de apoiar a CN. O próprio desmente essa versão, diz que mantém o apoio à CN, que se resume, desde o início, a apoio institucional, além da cedência temporária de instalações da diocese. Desmentindo qualquer desvinculação do projecto, Serafim Ferreira e Silva insiste em que o aparecimento de um canal português o poderia fazer mudar de atitude.

Fonte Público

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